Diário do Alentejo

Pedro Jonas, um menino que cresceu a  sonhar futebol
Opinião

Pedro Jonas, um menino que cresceu a sonhar futebol

José Saúde

25 de julho 2025 - 08:00

Albernoa, pequena freguesia situada no concelho de Beja e cuja distância as afasta cerca de 20 quilómetros, é uma terra onde o futebol foi ganhando o seu próprio estatuto. Primeiro, a nível do campeonato do Inatel, depois, como filiado na Associação de Futebol de Beja. Atualmente o Futebol Clube Albernoense, fundado a 18 de setembro de 1985, milita na 1.ª divisão distrital e foi, recentemente, presenteada com um relvado sintético. É, pois, compreensível enaltecer todos aqueles que ao longo dos tempos muito contribuíam para os sucessos entretanto averbados. Diretores, atletas que envergaram, e envergam, com rigor, sensibilidade e entrega fascinante as cores alvas e rubras, ou a um povo que sempre apoiou o dito desporto-rei, todos eles foram, de facto, imensuráveis na construção plena de uma coletividade, onde o objetivo passava em levar para a aldeia, de forma segura, um movimento desportivo que se requer essencialmente saudável. Permitam-me, e sem omissão alguma daqueles que, numa união de cordialidade, tornaram o sonho realidade, uma vez que todos foram cúmplices nos acontecimentos acumulados, citar, com a devida justiça, Pedro Jonas, um jovem que com 21 anos de idade se assumiu como presidente do Albernoense e tudo tem feito para levar a “carta a Garcia” com um formato dignamente exemplar. Aliás, a sua dedicação ao clube foi deveras marcada pelo fator da excelência, comentando-se no povoado: “Se não fores tu, isto fecha”. Mas ele, Pedro Jonas, jamais abandonou o barco, navegando, por vezes, em mares encrespados e levando a embarcação a porto seguro. Os sonhos do Pedro foram galgando objetivos, ultrapassando obstáculos, mesmo difíceis que eles se apresentassem, mas nunca terá jogada a toalha ao chão e as suas prévias aspirações foram transformando-se em certezas adquiridas. Sonhou, um dia, que aquele campo térreo de jogos, denominado Manuel António Saramago Peste, seria, no futuro, comtemplado com um tapete verde, e o certo é que tal intento se viria a concretizar. Pedro Jonas, o menino que cresceu a sonhar futebol, foi reestruturando, com outros companheiros de direção, toda a dinâmica da agremiação, contemplando-a com a gestão desportiva assim como de secretaria, a coletividade cresceu e o Albernoense é, no presente, um emblema merecedor de respeito. Agora, após 12 anos de mandatos consecutivos, Pedro Jonas, com 33 anos, resolveu retirar-se de todos esses tempos de magia em que tudo, em princípio, era um mundo imaginário, ficando a certeza de que o seu louvável assumir e cumprir de responsabilidades permanecerão inscritas nas páginas supremas do fenómeno futebolístico distrital de Beja. Na hora em que anunciou a sua retirada, o jovem dirigente não conteve as lágrimas e despediu-se com a dignidade que sempre o marcou, quer desportiva, quer humanamente. Pedro Jonas será, por isso, um exemplo de humildade num clube que veio do nada e que é agora uma referência regional. 

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