Diário do Alentejo

Diogo Rosa,  árbitro bejense  na 1.ª Liga Nacional
Opinião

Diogo Rosa, árbitro bejense na 1.ª Liga Nacional

José Saúde

22 de junho 2025 - 08:00

A história desportiva, aquela que precisamente contempla o nosso Baixo Alentejo, elenca um sintetizado número de árbitros de futebol que pisaram os grandes palcos da modalidade, tanto a nível nacional como internacional.

Sabe-se que o universo da arbitragem sofreu, em princípios da década de 1980, novos rumos, ou seja, da Comissão Central de Árbitros, uma instituição então autónoma, passou diretamente para a Federação Portuguesa de Futebol, verificando-se, obviamente, que o modelo foi aplicado a todos as associações regionais do País.

Conheci esse fugaz e turbulento momento, dado que era um dos dirigentes da arbitragem de Beja e a celeuma que essa fusão gerou neste solo lusitano. Participei em reuniões e notava-se, nesses tempos, a imposição de interesses, sendo que em Beja se constatou, de imediato, a saída de Mário Alves, como presidente, o mesmo acontecendo em outras associações a nível nacional.

Agora, após um longo jejum e com o espaço da arbitragem integrado em pleno nas associações, eis que Diogo Rosa, de 31 anos, natural de Messejana e residente em Lisboa, pertencente ao quadro de Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Beja, quebra, ao que apurámos, esse longo período de nojo e se afirma como o novo juiz de campo a integrar os quadros da 1.ª Liga Nacional. Recorde-se que para trás ficaram os inesquecíveis notáveis que os templos consagraram, exatamente, Mário Alves, Rosa Santos, Veiga Trigo, todos antigos internacionais, e, mais tarde, Teixeira Correia e Luís Lameira, cujas passagens destes últimos juízes de campo no seio da arbitragem nacional foram algo efémeras.

Mas, para memória futura ficará eternizada as suas presenças entre ilustres companheiros, cujo nome da associação a que pertenciam era analisada por via de uma escala de valores nos quais as designações das próprias associações ditavam eventuais atos de progressão numa carreira que jamais se afirmou como fácil.

Reconheçamos, no entanto, que os seus valores nunca estiveram em causa, todavia, ventos sopraram de outros quadrantes, estes mais fortes, e que se ergueram num horizonte tantas vezes nebulado.

Porém, soprassem os ventos de outros lados, ou não, para trás ficaram registados momentos em que a nossa região foi formada, e com gáudio, por homens do apito que elevaram com saber e arte a difícil missão do cumprimento de uma lei de jogo, mas que para o aficionado clubístico nem sempre é interpretado como os seus próprios olhos analisam.

Análises cruzadas que têm produzido grandes discordâncias. Aliás, nesta matéria sobre o extensivo fenómeno chamado futebol, permitam-me enaltecer o saudoso Melo Garrido, antigo diretor do “Diário do Alentejo”, que foi, também, um homem que, a determinada altura da sua enorme dedicação ao fenómeno desportivo, se entregou de alma e coração ao mundo da arbitragem, tendo, inclusive, ajuizado jogos com a primazia que o seu afinado gosto pelo cosmos desportivo lhe incutia.

O momento, atual, é para louvar Diogo Rosa pela sua mais que plausível subida à 1.ª Liga Nacional, esperando que o seu valor se afirme num escalão que nem todos, pelas mais diversas razões, conseguem lá chegar. Força, Diogo Rosa!  

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