Aljustrel é uma povoação que terá emergido no tempo romano, sendo que ali existiu um burgo chamado Vispasca, um lugar populacional que se localizava nas imediações de uma mina chamada de Metalum Vispascensis.
Historicamente, a sua biografia é rica em acontecimentos onde a gesta das suas gentes são levadas ao púlpito e que, por força das circunstâncias, deslizam para o inolvidável encanto desportivo. Aliás, a vila sempre se abriu para a descoberta de um alforge de craques de onde sobressaíram desportistas de elevado gabarito, assim como dirigentes que deram corpo e alma a um povo que jamais alterou os seus compromissos.
Homens sérios, honestos e prontos a servir a comunidade, arrogaram o fenómeno desportivo de peito aberto, lançando-se em projetos que deram brilho ao prodígio mineiro.
Numa visão global sobre esse elevado desenvolvimento, consta-se que Manuel Ferro, no ano de 1920, foi um ativo entusiasta que colocou a “máquina” do futebol num carril francamente sólido.
Mas, o futebol, o tal “ópio do povo”, encarregar-se-ia em levar longe o nome da terra por polos distintos.
O Vitória Football Club, alicerçado por João Palma, em 1923, defrontou o Glória ou Morte, um grémio da cidade de Beja, sendo que o resultado ditou 3-1 a favor do conjunto forasteiro. Nesta fase de embrião sobre uma temática que se pretendia sólida, o Vitória deparou-se com uma discrepância de opiniões entre os jogadores e no ano seguinte, 1924, surgiu o Esperança Atlético Club.
Assim sendo, poder-se-á afirmar que o jogo da bola estava enraizado na sociedade local, sendo o desfecho a fundação do Sport Clube Mineiro Aljustrelense a 25 de maio de 1933. O velhinho e desativado campo das Minas foi outrora palco de uma coletividade que progrediu nas épocas de forma literalmente exemplar e o ex-líbris de um povo que viveu, e vive, com elevada dedicação o prodígio futebolístico dos seus tricolores. A sede, situada na avenida 25 de Abril, é um imóvel antigo que remete o visitante para momentos inolvidáveis de um clube que regista tardes e manhãs de glória, sendo os êxitos observados, nalgumas das fotos fixadas nas paredes, a indeclinável veracidade sobre um símbolo que usufruiu o merecido rótulo de histórico.
Por outro lado, no campo musical, o Grupo Coral Mineiros de Aljustrel entoa numa pequena estrofe “no poço de São João, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, morreram quatro mineiros”, aqui se define a luta árdua dos homens do burgo a uma causa que foi a batalha quotidiana no fundo da mina, sendo que o objetivo passava pelo ganha-pão para o sustento familiar. Refira-se que foram eles, os mineiros, que impulsionaram e deram alma a uma conceituada agremiação que hoje se apresentam com magníficas infraestruturas físicas, quer no que concerne ao futebol, quer no hóquei em patins, em que o mítico Armindo Peneque foi figura de proa. Mineiro Aljustrelense, 92 anos de história e de uma inquestionável afirmação, não esquecendo de mencionar o trabalho feito na componente da formação.