No palco da vida tudo tem um princípio, um meio e um fim, razões estas que desaguam, por norma, num mar em que a tranquilidade se requer estável. Olhamos para o passado da Associação de Futebol de Beja (AFBeja) e são 14 os presidentes de direções que, ao longo dos 100 anos de existência, esculpiram os seus nomes no púlpito de uma cooperação que dirige o prodígio futebolístico sul-alentejano, em que o trabalho tem sido um aglomerar de sucessos, mercê da voluntariedade das suas equipas de trabalho.
Conhecemos de fio a pavio o progressivo ascendente de uma associação que começou tímida, com uma parca competição e com poucos clubes, quase se contavam pelos dedos de uma mão, sendo que a “casa mãe” veio, ao longo das épocas, a conquistar novos associados.
O distrito de Beja, sendo vasto territorialmente, teve o mérito em reunir pessoas que, no seu chão sagrado, souberam erguer o hino do desporto, fazendo bandeira à formação de novos clubes. Nesta conjunção de espontâneas vontades, novos emblemas deram à estampa, sendo que hoje se conclui que os trabalhos feitos pelos dirigentes deram frutos e a veracidade de que o então chamado “vício do jogo da bola”, como era conhecido no seu início, deu lugar ao futebol.
Na continuação desta generosidade desportiva, construíram-se infraestruturas, mesmo exíguas que elas fossem, prevalecendo nos seus dirigentes o privilégio de incentivarem os amantes do futebol para a criação de estatutos que viabilizariam novéis agremiações. Para trás ficaram os desafios nas eiras, mas sem regras, onde duas pedras assinalavam as balizas, sendo estas ocupadas por um jovem aventureiro que sonhava ser guarda-redes. Depois, contruíram-se outros espaços, ou seja, campos de futebol, e o prodígio acicatou efusivamente as pessoas locais, ou, ainda, a edificação das sedes, locais onde os adeptos se reuniam amiúde.
Perante tal facto, o número dos clubes inscritos na AFBeja avolumar-se-ia, as categorias competitivas dimensionaram-se a uma velocidade impressionante, ou seja, vão dos vários escalões de formação aos seniores e a realidade presente diz-nos que dos 49 filiados a competir, cerca de 5000 atletas inscritos, sendo quatro no futebol e perto de 1000 em futsal e no futebol feminino.
Agora, com um novo elenco diretivo que tomou posse na passada terça-feira, dia 15, os novos órgãos sociais na AFBeja, num ato eleitoral considerado inédito uma vez que a presença dos filiados foi redundante, pretendem desenvolver uma maior proximidade aos clubes e, sobretudo, continuar a valorizar o futebol. Carlos Alberto Pereira, o novo líder da AFBeja, e antigo presidente do Futebol Clube Castrense, não recusa dedicação à causa que abraçou, bem como da sua equipa de trabalho, num acompanhamento próximo aos clubes, visando, obviamente, a partilha de saberes para a afirmação do futebol regional que aponta para melhorar os modelos competitivos, de entre outros objetivos capitais de que o novo elenco diretivo tenciona levar a porto seguro.