Exprimem os pergaminhos da Associação de Futebol de Beja (AFBeja) que a data da sua fundação aconteceu a 30 de março de 1925, sendo um dado adquirido que a primeira “ata” oficial só foi lavrada a 2 de março de 1926. Numa incursão aos seus primórdios, constata-se que o primeiro elenco diretivo foi formado por uma comissão administrativa que integrava os nomes do tenente-coronel António Henriques de Meneses Soares, presidente, Artur da Silva Dias, vice-presidente, Guilherme Castelão de Almeida, João Brandão Soares, 1.º e 2.º secretários, Joaquim António do Monte, tesoureiro, António dos Reis Perianes e José Raposo Coroca, vogais. Libertando o pó já latente que se concentra em antigas veracidades observa-se que os trabalhos preparatórios que visaram a organização da pretendida associação ocorreram na sede do Football Clube Glória ou Morte, localizada na rua do Touro n.º 13, em Beja. O primeiro presidente da AFBeja foi Artur da Silva Dias (1926-1929), um homem que assumiu, em simultâneo, o cargo de delegado da Federação Portuguesa de Futebol Amador. No deambular pelos tempos é justo trazermos à estampa personalidades que herdaram o tão honrado pelouro, ou seja, da presidência: António Fernando Covas Lima (1936-1938/1946-1947/1952-1960), Raul Guerreiro Lampreia (1938-1939/1941-1943), Vicente Cruz Oliveira (1939-1941), Luís de Lima Faleiro (1943-1945), José Gonçalves Fagulha (1948-1951), Manuel Inácio Lopes de Melo Garrido (1961-1975), José Manuel de Encarnação Nobre (1978-1979), Virgílio da Ascensão Abrantes Ferreira (1979-1982), José António Candeias Vieira (1983-1989), Casimiro Mendes Heitor (1989-1992), Fernando Manuel Marques Dionísio (1992-2009), José Luís Ramalho (2009-2015) e Pedro Manuel de Castro Meireles Viana Xavier (2016-2025). Numa outra perspetiva, é equitativo que transitemos pelo périplo de imóveis nos quais se instalou a casa mãe ao longo destes 100 anos. A memória deixada por saudosas gentes, principalmente, Melo Garrido, diz-nos que a estrutura ter-se-á instalado, nos seus começos, numa casa modesta da antiga rua Dr. Teófilo Braga, hoje rua da Cadeia Velha, com os números de polícia 28 e 29. Seguiu-se o edifício na praça da República, sabendo-se que durante décadas foi naquele local que funcionou toda a área administrativa e técnica. Mais tarde, em concordância com as festividades dos 75 anos, foi inaugurada uma nova instalação na rua de Mértola, transitando, à posteriori, para a rua Pablo Neruda e, finalmente, para a rua Eça de Queiroz. Sendo o momento de festividade dos 100 anos de vida, eis que no pretérito sábado, 29 de março, na Herdade da Diabrória, comemorou-se o evento, onde se registou a presença de dirigentes da AFBeja e dos seus funcionários, de diretores de clubes, sócios de mérito e honorários, árbitros, representantes de outras associações, da Federação Portuguesa de Futebol, presidentes de câmaras, de entre outras entidades oficiais, ou de convidados para o centenário acontecimento. E é assim que deixamos, embora resumidamente, o processo evolutivo da AFBeja, quer no campo administrativo, quer no subsequente e constante avolumar de filiados, bem como de outras modalidades em que a bola é a sua rainha máxima.