Abordemos, com veemência e honorabilidade, a versão da atividade dos veteranos no desporto universal, mas resvalemos o texto para a componente do futebol. Aliás, a evolução geral da ciência no progresso, quer física, quer desportiva, tem avançado em diversas frentes, tendo em linha de conta o desenvolvimento de novas tecnologias que permitem ao atleta a sua continuidade no desporto favorito, procurando, ao menos, reabilitar-se com certas qualidades que, entretanto, se foram perdendo.
Pois bem, a temática que trago à estampa passa pelos encontros de antigos futebolistas que simbolizam padrões deveras atrativos e literalmente simpatizantes, ou seja, juntam-se aos fins de semana, marcam atempadamente os jogos e lá marcham estrada fora para defrontarem adversários que fazem do desafio uma sonante trova para manterem a sua regular condição corporal, não obstante os quilinhos a mais que seus corpos vão, genuinamente, manifestando.
Ao longo da semana elaboram os preparativos para o encontro, depois atuam em conformidade com as precauções conjeturadas. Recorro a excelentes memórias aquando, como veterano, participei em alguns jogos do Desportivo de Beja, chegando a defrontar várias equipas, em que destaco um jogo com a velha guarda de Benfica.
Lembro-me do frenesim da rapaziada e como todos revíamos os nossos antigos tempos como jogadores da bola. Hoje, porém, debruço-me, em particular, sobre os veteranos do Grupo Desportivo e Cultural das Neves (GDC das Neves), um clube fundado a 27 de outubro de 1980, que possuem uma agenda, por época, em que se encontram marcadas datas com os entretenimentos a realizar. O objetivo comum dos veteranos do GDC das Neves é a continuidade do exercício físico dos seus participantes e, principalmente, o convívio com outras equipas, isto é, com outros antigos companheiros dos retângulos futebolísticos que aceitam o repto com a idêntica intencionalidade. Lembro que existiram épocas onde o então pujante Neves marcou uma inquestionável presença no campeonato principal da Associação de Futebol de Beja e por lá passaram jogadores que fizeram história no futebol distrital. Eram os tempos em que António Gomes, presidente da direção, apostou forte no futebol sénior, sendo que o Neves ganhou uma posição de respeito pelos adversários.
Nesta ocasião, criaram-se infraestruturas, o emblema cresceu, ganharam-se novos sócios, o público correspondeu ao sucesso, o recinto de jogo foi melhorado, havia publicidade e público, os grupos de trabalho assentes em nomes sonantes do futebol regional, sonhou-se com a possibilidade de uma possível conquista do título, logo uma subida ao campeonato nacional, a localidade ganhou nome, o povo orgulhava-se da equipa, mas tudo são nacos de um passado fértil em memórias, sendo o que resta desses momentos áureos é a equipa dos veteranos que, entrementes, vão dando uso aos equipamentos de outrora e levando o nome do clube e da sua povoação a diversos locais distritais e nacionais. Veteranos do GDC das Neves, um exemplo que importa enaltecer e apreciar.