2025! Como o tempo voou. Contemplo o presente e admiro sumptuosamente o passado. Um passado que fora uma das pedras basilares na construção para a atual realidade. Nesta conjuntura, reveem-se as faustosas memórias deixadas pela máquina de épocas que já vão longas, daí que rejubilemos com acontecimentos futebolísticos que marcaram temporadas fantásticas, tendo em conta a nobre curiosidade que o prazer impunha. O fenómeno cooperativista era um tema que restringia avanços seguros em moços que sonhavam com o mundo da bola.
Neste contexto, caminhemos por carreiros que se foram extinguindo e revejamos narrativas herdadas que ousaram desafiar as amarras dos pânicos, entrementes observados, e se lançaram na construção de agremiações desportivas que glorificaram êxtases deveras emocionais. Assim, reproduzimos legados desportivos, recorremos a explanações deixadas e evoquemos histórias contadas que nos causam colossais regozijos. Na cidade de Beja, na década de 1920, deram à estampa clubes que se afirmariam no palco futebolístico. Vivia-se a prática desportiva com elevado deslumbramento.
Além dos clubes, que se fundaram, existiam, ainda, os chamados grupos populares que integravam jovens que se dedicavam ao prazer do “vício do jogo da bola” e que atuavam em jogatanas, sendo os palcos dos dérbis as eiras existentes na orla da urbe. Conjeturando esses legados desportivos, redijamos sobre o “Botana” e o “Botanoide”. O “Botana” era dirigido pelo doutor António Fernando Covas Lima e o “Botanoide” tinha como mentor João de Melo Garrido, irmão do antigo diretor do “Diário do Alentejo”, Manuel Inácio Lopes de Melo Garrido, sendo o João o homem que provocou uma cisão no primeiro grupo e o levou a formar o segundo. A curiosidade pelo futebol, expressam os arautos desportivos com dignidade e honradez que o doutor António Fernando Covas Lima foi, ainda, jogador do “Glória ou Morte”, de Beja.
A sua sina estava traçada, uma vez que, mais tarde, assumiu a presidência da Associação de Futebol de Beja (1936/1938; 1946/1947; 1952/1960), abrindo as portas para que o seu filho, João Manuel Covas Lima, o conhecido e saudoso “doutor Nana”, um dia se consagrasse como dirigente da emblemática corporação. É óbvio que tudo é passado, registando-se, porém, que estes majestosos feitos tiveram como protagonistas proeminentes personagens que deram passos gigantes para que o cosmos desportivo bejense atingisse o boom.
Contemporaneamente constatamos que em Beja, assim como na generalidade do distrito, a maravilha desportiva atingiu patamares outrora impensáveis. Hoje presenciamos uma infinidade de coletividades, geridas por gentes que humildemente se entregam de alma e coração à arte de bem servir o seu povo, bem como muitos milhares de atletas que desenvolvem a sua condição física no emblema que orgulhosamente defendem e onde proliferam excelentes infraestruturas. Ficam assinalados exímios primórdios de legados que originaram tamanha evolução.