O tempo, em perseverante evolução, traz-nos à memória histórias de cronologias que nos conduzem a épocas ancestrais onde o futebol se jogava com seriedade, ou em decrépitos desafios entre grupos rivais, e, mais tarde, por amor à camisola, sendo que dos séculos volvidos observamos, na sua infraestrutura global, que dos campos pelados do antigamente aos atuais relvados, ao que se junta uma persistente modernização de conteúdos, vai um universo de obstáculos entretanto ultrapassados. O homem, primitivo, elaborou processos desportivos que deslizaram para o pontapé numa bola, pensando-se que a primária modalidade terá sido praticada pela civilização dos maias há cerca de 3500 anos. Segundo uma pesquisa a sinopses relacionados com o convencionado desporto-rei, damos conta de que os chineses, no século III a.C, divertiam-se a chutar bolas, quiçá de latex, para dentro de idealizadas balizas que eles próprios produziam. Foi, contudo, em Inglaterra que se deu um passo gigante rumo a um desporto que conquistou o reino dos mortais.
Nos bairros pobres de Liverpool, no século XIX, nos quais residia uma massa de gentes essencialmente trabalhadora, deram-se passos gigantes no caminho a uma circunstância deveras meritória, mas onde interesses variados proliferavam.
Após esta pequena introdução a um fenómeno que terá sido chamado, a certa altura, como o “ópio do povo”, importa destacarmos a realidade que conhecemos, ou de legados deixados pelos nossos antepassados, nomeadamente, pelo saudoso jornalista e diretor do “Diário do Alentejo” Melo Garrido.
Ora bem, regressemos a décadas transatas e constatamos que o futebol era uma circunstância que se disputava por equipas, em princípio, poucas, em terrenos pelados, equipamentos antiquados e botas com travessas impregnadas de pregos. O terreno de jogo era hostil a preciosidades que os seus criadores tinham em mente perante o delírio de um público que, entretanto, manifestamente os aplaudia. Com o evoluir das épocas observa-se um crescimento enorme, quer em clubes, quer em atletas em todo o nosso distrito, a que cresceu uma maior quantidade de jogadores que atuam nos diversos escalões associativos.
E se é verdade que os níveis de equipamentos dos atletas têm hoje uma qualidade superior, não deveremos branquear a particularidade que a qualidade das botas, bem como os equipamentos que qualquer um dos desportistas enverga no seu corpo, têm etiquetas de marcas de requintada qualidade. Posto isto, resta-nos deixar vincado neste texto que o investimento autárquico, coadjuvado pelos clubes, deu lugar a que grande parte dos campos de futebol sul-alentejanos sejam agora apetrechados com relvados, uns com relva natural, outros com sintéticos, ficando para trás os pelados do antigamente. Chama-se a tudo isto um distinto progresso num futebol cada vez mais lúdico no seu desenvolvimento.