José Adelino Barceló de Carvalho, o popular Bonga, nasceu na província do Bengo e deixou Angola, aos 23 anos, para se tornar atleta, tornando-se recordista nacional na distância dos 400 metros, mas foi a música que o desviou e projetou para uma vida em que se difundem os merengues africanos que dão alma ao cantor angolano. Pois bem, se há momentos no universo do desporto que nos puxam para a exata realidade do contexto narrado e dela retirarmos exímios exemplos, exemplos estes que para nós constituiu uma óbvia notícia, permitam socorrer-me desta pequena estrofe – “tenho uma lágrima no canto do olho”, incluída no álbum “Olhos molhados” – e declarar-vos, de viva-voz, que o evento levado a efeito no passado domingo, 6 de outubro de 2024, pelo Centro de Cultura e Desporto do Bairro Nossa Senhora da Conceição, em Beja, proporcionou instantes inolvidáveis aos cerca de 300 jogadores jovens presentes na edição denominada como “All Star – Torneios do Bairro”, sendo esta iniciativa mais um marco, quiçá, histórico, para a nova e dinâmica direção, liderada por Jorge Carocinho, na sua caminhada rumo ao crescimento de um emblema que possui já estatuto no que ao futebol de formação diz naturalmente respeito. Com efeito, foi com “uma lágrima ao canto do olho” que a multidão, vinda de muitas partes do País, se deparou com crianças felizes com uma bola saltitante sobre o relvado sintético do clube bejense. Importa, pois, deixarmos assinalados as coletividades presentes: CCD do Bairro de Nossa Senhora da Conceição, anfitrião do acontecimento, Sporting CP, SL Benfica, SC Braga, All Star 2014, Desportivo de Beja, Despertar SC, Lusitano de Évora, CF Vasco da Gama, Sporting Ferreirense e FC Serpa. O “All Star – Torneios do Bairro” destinou-se aos escalões de petizes a infantis que, ao longo do dia, espalharam clamor e talento juvenil num espetáculo marcado, seguramente, pelo sucesso. Não vamos ao conteúdo dos resultados, porque todos saíram triunfadores, mas elevar, com a merecida consideração, o esforço daqueles que tudo fizeram para tornar a circunstância demasiada grande. O público, em uníssono, respondeu à chamada, e familiares, amigos, adeptos do fenómeno futebolístico de formação, em particular, de entre entidades oficiais, aplaudiram, com nobreza, o esforço levado a cabo pelos dirigentes anfitriões. O bairro esteve ao rubro e Beja ganhou, uma vez mais, pela sumptuosidade de acontecimentos desta natureza. Regresso ao início da narrativa deste texto em que Bonga canta “tenho uma lágrima no canto do olho”, transporto o passado para o presente, cruzo gerações, sigo o caminho de uma expansão cultural e desportiva, e aplaudo firmemente estes novos investimentos desportivos. A todos fica o nosso singelo reconhecimento, bem como a todas as crianças que mantêm o sonho da bola no seu pensamento.