Diz o adágio popular que “filho (a) de peixe sabe nadar”! Neste contexto, eis a razão pela qual me apoio neste velho aforismo que coincide, na plenitude, com a narrativa que hoje trago à estampa. Mara Guerreiro, filha de Hugo Guerreiro, um excelente jogador de futebol que militou no Desportivo de Beja, a lateral direito, em épocas em que o clube atingiu a II Divisão de Honra, sendo inclusive um dos campeões no campeonato nacional da terceira divisão, terá herdado de seu pai genes que lhe permitiram, muito cedo, destacar-se no fenómeno futebolístico. Conheci-a, ainda em criança, a tratar a bola com uma hábil ternura, fazendo da redondinha, desde logo, um exímio dom que lhe corria, já nessa altura, nas veias. Aos intervalos dos jogos, empolgava os espectadores com magistrais tratos com a bola que os deixava maravilhados, por completo. Mara, iniciou-se, oficialmente, nos escalões de formação do Despertar, transitando para o Desportivo e terminando, o futebol 11, no Ourique. Para a época que se avizinha, 2024/2025, representará o Sporting Ferreirense, em futsal. Agora, com 20 anos, integra a seleção nacional de Portugal no Campeonato do Mundo de Futebol de Rua (Homeless World Cup), que se realizará neste ano na capital de Coreia do Sul, Seoul. A competição internacional reunirá mais de 500 atletas vindos de 50 países, sendo que o período do acontecimento decorrerá entre os dias 21 e 28 deste mês. A Mara Guerreiro integrou o projeto de Futebol de Rua, na Associação CAIS, no passado ano, 2023, através da corporação PaxJovem, Associação Juvenil de Beja/Projeto Futebol de Rua, sendo agora chamada para honrar as fascinantes colorações de Portugal. A jovem bejense, segundo a Associação CAIS, será a segunda mulher “a vestir as cores de Portugal, e representar a Seleção Portuguesa de Futebol de Rua”, no The Homeless World Cup, o chamado Campeonato do Mundo dos Sem-Abrigo ou Copa do Mundo dos Sem-Teto”. Confessamos que se trata de uma novidade deveras excecional e que merece, na parte que nos toca, as nossas respetivas vénias, uma vez que a realidade se transformará, na sua carreira, como única numa jovem para quem a bola sempre fora tratada por “tu”. Mara Guerreiro, no Campeonato do Mundo de Futebol de Rua, na qual a sua compreensível simplicidade se tornará um especial orgulho para a cidade, Beja, distrito e, obviamente, no plano nacional. Boa sorte, Mara, e que o momento que vais encontrar se torne mais rico para o teu currículo, dado que circunstância onde te envolverás é propício a rasgados elogios e também de inigualável qualidade desportiva.