O nosso distrito é a nossa casa, a nossa terra, a nossa família, as nossas gentes, a nossa cultura, os nossos amigos, os vizinhos e as boas maneiras sem que tal signifique, antes pelo contrário, falta de afirmação e de firmeza na defesa das opções necessárias para todos, todos, todos termos uma vida melhor em tempo útil, já agora.
Precisamos que a nossa rede viária seja arranjada e, entretanto, reparem, designadamente, àquilo que se chama IP8 até à entrada de Beja uns bons quilómetros. Precisamos de uma mais célere resposta na eletrificação da linha férrea e da ligação direta de comboio a Lisboa. Precisamos de uma solução para o nosso (da ANA-privatizada) aeroporto e das suas ligações viárias, de saídas condignas dali para qualquer lado. Precisamos de uma resposta na oferta de saúde pública com mais meios humanos e condições; a construção da segunda fase do Hospital José Joaquim Fernandes bem como investimentos em vários centros de saúde, como Moura, por exemplo, e a retoma do hospital de Serpa para o Serviço Nacional de Saúde. Precisamos de uma rede pública de lares para idosos e de alargar a rede de creches gratuitas. Precisamos de maior e diversificada oferta cultural e de dinamização e apoio aos nossos agentes culturais. Precisamos de salários e reformas que dignifiquem quem trabalha e trabalhou. Precisamos de soluções de emprego e condições para os nossos jovens poderem formar família e terem acesso a uma habitação. Precisamos que os nossos campos não definhem com a monocultura da azeitona e amendoeiras. Precisamos de valorizar o nosso património cultural, histórico e gastronómico. Precisamos dar atenção ao nosso movimento associativo e desportivo e aos associados e dirigentes que dão o seu melhor por amor às suas camisolas. Precisamos de alma! Precisamos de não nos envergonhar do nosso passado e com orgulho assumir e honrar todos os que em todos os tempos fizeram acontecer Abril em Portugal e que aqui foram tantos, tantos. Era o que mais faltava! Nós não andamos cá para andar atrás de ilusões, de mentiras e manipulações baratas anticomunistas e contra a CDU. Sabemos muito bem o que querem hoje, como sempre quiseram.
Precisamos, assim, de tanta coisa e estas, para além de outras que podia aqui elencar, são assim tão impossíveis de concretizar? Não são necessárias? Não vale a pena lutar por cada uma delas? Antes tínhamos um deputado comunista no distrito, “um chato” para alguns certamente, mas o distrito era falado, os seus problemas eram levados a Lisboa, algumas situações foram resolvidas e muitos sabem bem do que falamos graças à sua atitude, postura aberta e de diálogo junto de cada trabalhador, cada situação, cada problema com o seu partido, com a CDU e o grupo parlamentar. Hoje muitos sentem já a falta que faz um deputado da CDU. Mas os problemas e as situações não deixarão de ser levantados e levadas ao parlamento mesmo sem o deputado que agora não temos.
Mas é claro que aquilo que precisamos será mais ou menos assumido e percetível para muitos no distrito, o que é preciso é encontrar a maneira de contribuir lutando para os resolver, se não o que andamos por cá a fazer? Se se espera que alguns partidos ou membros desses partidos estejam à porta de alguma empresa com problemas ou instituição que vá encerrar, como é o caso, por exemplo, do lar da Cruz Vermelha em Beja, quando não há eleições, desiluda-se.
Pronto, bem sei que uma ou outra coisa estará a ser anunciada e esperemos que não seja mais uma vez. Mas, mesmo assim, o importante é mesmo saber se vai ou não e quando acontecer. Estou a falar do anúncio de reforçar o alcatrão no IP8 até mais uns quilómetros, mandando às urtigas aquilo que sempre praticamente todos diziam defender, que era levar quatro vias até Vila Verde de Ficalho, em total desrespeito por tudo e por todas as instituições que o defenderam e do Plano Rodoviário Nacional. Anunciaram também um investimento de reforço de água em algumas freguesias do concelho de Mértola, e bem, mas antes os mesmos não quiseram, vá-se lá saber porquê. Também anunciaram investimento rodoviário na via em Aljustrel, bem. Anunciaram a intenção de investimento no Hospital José Joaquim Fernandes com a construção de um novo edifício e reparações no atual, velhinho, e bem, pois existe a exigência com décadas da construção da segunda fase deste hospital, objeto de uma resolução de iniciativa do PCP aprovada na Assembleia da Republica.
Mesmo em tempo de férias, para aqueles que ainda as podem fazer, estamos a construir a nossa presença na Festa do Avante – a maior iniciativa político-cultural no País; a discussão e participação no XXI Congresso do PCP a realizar em dezembro e a trabalhar na valorização e reforço da CDU nas eleições para as autarquias locais do próximo ano.