Diário do Alentejo

Sporting Ferreirense
Opinião

Sporting Ferreirense

José Saúde

28 de junho 2024 - 12:00

Num périplo feito sobre a história de Ferreira do Alentejo, um povo que remonta à antiguidade, existem vestígios pré-históricos, mormente da civilização romana, que deixam entender que estamos na presença de um povoado muito antigo. Sob a Ordem de Santiago da Espada, D. Manuel I, a 5 de março de 1516, concedeu-lhe o primeiro foral.

Vila encantadora e de elegantes costumes, Ferreira tem no seu universo desportivo magníficos usos que os seus habitantes jamais negligenciarão. Numa fausta observação acerca das suas reminiscências desportivas, desafiámo-nos a viajar pelas alas do tempo e num desconcertar de prateleiras atulhadas em pó, conduzimos o leitor a reconhecer, não obstante a paradoxal quimera incida na simplicidade das recordações, que a 30 de junho de 1955 se fundou o Sporting Clube Ferreirense. Manuel Trincalhetas, assumindo a condição de treinador, e, principalmente, de figura mor do futebol do antigamente na região, apoiou-se num grupo de jovens que frequentavam o Colégio D. Nuno Álvares Pereira e toca a desbravar fronteiras futebolísticas junto a uma notável juventude que se extasiava com o prazer do jogo.

Desse lote de jogadores constavam: Guia, António Raposo, Aniceto, Zé Casimiro, Marcolino, Rogério, Matias, Leonel, Zé Manel Pita, Francisco Santos, Zeca, Joaquim Pedro e Armando. A curiosidade do episódio encaminha-nos para um desafio em que a equipa defrontou, numa final, o Liceu de Beja, sendo que o duelo contou para o campeonato da extinta Mocidade Portuguesa. Aconteceu que esse encontro registou um empate a zeros, mas o título fora atribuído à equipa ferreirense, visto que ao largo do jogo averbou mais cantos a seu favor. É certo que o êxito se expandiu pelo povoado e o padre Alcobia, atento à euforia manifestamente constatada, assumiu-se como uma das figuras proeminentes que liderou o processo de desenvolvimento de um clube que jamais parou no seu processo evolutivo.

Na componente competitiva o Sporting Ferreirense tem somado títulos regionais nos vários escalões, por conseguinte o grémio é, inevitavelmente, um dos inolvidáveis históricos da Associação de Futebol de Beja (AFBeja).

No contexto do futebol, para trás ficaram os sempre inesquecíveis duelos travados no antigo campo D. Diogo Pessanha, sendo que no presente tudo se desenvolve no Estádio Municipal de Ferreira do Alentejo, hoje contemplado com um sintético. Naquele espaço trabalham as categorias de formação, desde os mais pequenitos aos juniores, assim como a turma sénior. Por outro lado, e é justo que façamos uma referência especial a uma coletividade que manifesta perseverança, e, sobretudo, dignidade, no palco desportivo distrital. O Sporting Ferreirense possui, ainda, uma sede instalada numa propriedade cujo senhorio é o próprio clube.

Sabe-se que aquele mítico local é um ponto de encontro dos ferreirenses que ali usufruem da passagem do tempo e de uma salutar conversa entre amigos. A novidade, porém, assenta que a equipa realizou a época de 2023/2024 com a brilhante notoriedade, sagrou-se campeão da II Divisão da AFBeja e regressará na próxima temporada ao escalão maior associativo bejense.

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