Beja esteve no passado fim de semana ao rubro. Pela cidade passaram mais de quatro mil visitantes, sendo que a magia do futebol proporcionou momentos de inegáveis gáudios.
Comecemos pela 30.ª Gala da Associação de Futebol de Beja (AFBeja), uma corporação fundada a 30 de março de 1925, sendo, porém, que a primeira “ata” só fora lavrada a 2 de março de 1926. Numa observação atenta, viajemos pelos seus primórdios e verificamos que o seu primeiro elenco diretivo foi formado por uma comissão administrativa, sendo o seu primeiro presidente, Artur da Silva Dias (1926/1929). Mas importa, também, que fique registado para a perpetuidade que os trabalhos preparativos que visaram a organização da associação ocorreram na sede do Football Clube Glória ou Morte, localizada na rua do Touro n.º 13, em Beja. Os tempos passaram-se e a AFBeja foi-se reestruturando no campo físico, na ascensão de clubes e, logicamente, de atletas. A I Gala foi proporcionada por Fernando Dionísio, presidente da direção da AFBeja, e por Delmiro Palma, diretor do jornal desportivo “O ÁS”, que lutaram contra encrespados mares para a concretização do almejado sonho. Posto isto, é justo que enaltecemos a 30.ª Gala dos Campeões da AFBeja, que teve lugar no pretérito dia 14, sexta-feira, no BejaParque Hotel.
O mundo do futebol regional reuniu-se para galardoar o trabalho dos clubes, os jogadores que se distinguiram ao longo da época, os árbitros do conselho de arbitragem e toda uma panóplia de individualidades, quer representantes das autarquias, quer doutras congénitas, ou da Federação Portuguesa de Futebol e de árbitros nacionais e internacionais. Por lá passaram várias vertentes associadas ao fenómeno da bola.
Um atributo que mereceu inteira justiça foi a atribuição de sócio honorário da AFBeja ao professor Manuel Fonseca pelo seu intenso trabalho em prol do futebol de formação. Pedro Xavier, presidente da direção, falou, nomeadamente, dos 4700 atletas que estiveram em atividade, os quais se distribuíram por 55 filiados inscritos.
A Beja Cup foi uma outra iniciativa que mexeu com a urbe sul-alentejana. Com o Desportivo de Beja, e o seu patrono Francisco Agatão, a que se associou toda a entrega de uma equipa de trabalho que se deu desinteressadamente à feitura do evento, pela Pax Julia passaram 1200 jovens jogadores oriundos de 78 coletividades, equipas técnicas, dirigentes e mais de quatro mil acompanhantes.
Todos saíram vencedores, não obstante nas finais terem existido os verdadeiros ganhadores. João Rosa, Francisco Corujo, Zé António, já falecido, sendo que as suas filhas estiveram em sua representação, e Benvinda, um ícone de Beja e do Desportivo, mereceram as homenagens.
Resta-nos enaltecer um outro momento solene: as consagrações feitas aos antigos jogadores do Desportivo que sagraram campeões nacionais da III Divisão Nacional na época de 1994/1995 e que, finalmente, receberam as faixas. O adversário dessa final, em Torres Novas, foi o Sporting de Lamego e os bejenses venceram por 1-0, com um golo apontado por Mohamed. José Geadas e Augusto Santos foram os diretores, desses tempos, presentes assim como familiares de João Lobo.