Diário do Alentejo

Taça,  Moura fez  a dobradinha
Opinião

Taça, Moura fez a dobradinha

José Saúde

25 de maio 2024 - 12:00

A competição inserida na temática do futebol denominada como taça é, desde os tempos mais recuados, apelidada como a festa do povo, ou não fosse o chamado desporto rei um imenso oceano onde proliferam descomunais emoções.

Neste contexto, é, pois, compreensível que no entender do mais singular ser humano que reina neste mundo dos mortais que a concorrência ao longo de uma época futebolística seja feita, por vezes, de compassivas surpresas. Aliás, se tivermos em linha de conta o que se passa a nível nacional, ou seja, na Federação Portuguesa de Futebol, em que surgem amiúde clubes de uma menor dimensão afigurarem-se como os chamados “tomba gigantes” ao deixarem pelo caminho emblemas que militam em escalões superiores, sendo, por isso, que o fator surpresa obedeça a uma irreversível estranheza. Vasculho em arquivos desportivos bejenses e detenho-me perante a evolução da prodigiosa competição, em seniores, na Associação Futebol de Beja (AF Beja).  

Mas, o fator curiosidade, diz-nos, visto por um outro prisma, que um dos primeiros grémios a vencer uma taça em Beja foi o Despertar Sporting Clube que tinha como presidente Manuel Peladinho, um dos grandes obreiros da arquitetura despertariana, na já longínqua época de 1925/1926, sendo que o nome dado ao torneio foi “Taça da Associação dos Bombeiros Voluntários de Beja”. Neste torneio participaram as formações do União, do Desportivo Glória Pax Júlia e o Despertar.

Para que conste o feito então alcançado, aqui vos deixo o 11 da equipa que ergueu o troféu: Hilário; Baião e Acácio; Venâncio, Teotónio e Bule; Sequeira, Firmino, Libânio, Cartachana e Coelho. Ultrapassemos décadas, ou melhor, épocas de um maior ou menor fervor desportivo regional e centralizemos as atenções na final da Taça, época de 2023/2024, em seniores, que se realizou no passado dia 19, domingo, no Complexo Desportivo Fernando Mamede, em Beja, e que opôs o Moura Atlético Clube (MAC), atual campeão de escalão maior da AF Beja, e o Clube Desportivo Praia de Milfontes. Não vamos, por motivos compreensíveis, dissecarmos sobre o seu conteúdo geral no interior do retângulo de jogo de uma final deveras empolgante, sendo que a vitória do MAC só fora alcançada através da marca das grandes penalidades (3-1), após se verificar uma igualdade (1-1) no desfecho da partida. Assim sendo, poder-se-á afirmar que se houve um digno vencido, no outro lado esteve um digno vencedor. Para a história ficou a festa do MAC numa época onde o conjunto da margem esquerda do Guadiana regressou à ribalta, isto tendo em atenção o seu bélico passado no cosmos desportivo regional o qual é, sem dúvida, deveras esplêndido.

Taça, MAC fez a dobradinha. 

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