Diário do Alentejo

Terceiro  encontro  de antigos  jogadores de futebol de Beja 
Opinião

Terceiro encontro de antigos jogadores de futebol de Beja 

José Saúde

03 de novembro 2023 - 10:15

A insofismável razão desportiva que nos prende à vida, uma vida que é efémera, é, numa singela opinião pessoal, o reviver de antigos companheiros de balneário ou condiscípulos no engenho e arte como praticantes do futebol, quer no interior das quatro linhas, quer de uma profícua amizade que permanecerá eternamente nos nossos corações.

Jogávamos, apenas, contra adversários ao longo dos 90 minutos do jogo, mas as efervescentes lutas passavam tão-só pela conquista da vitória que cada um de nós almejava.

Aliás, uma pretensão equitativa das equipas em confronto.

Claro que tudo isto faz parte do passado, um passado no qual fomos apenas simples figurinos, mas onde vivemos tardes, ou manhãs, de glórias, e outras de inconformismo perante um resultado que nos terá tirado horas de sono, sendo certo que a velha camaradagem permanentemente prevaleceu, assim como o prazer de encontros, ou reencontros, que nos enchem de um irreverente júbilo.

No passado 28 de outubro, sábado, juntaram-se a uma mesa cerca de meia centena de antigos jogadores de futebol que defenderam, com brio, os emblemas da cidade de Beja. Foi o terceiro encontro de uma rapaziada, cujos tempos de antigamente nos deixaram aprisionados ao prazer que o prodígio, o tal ópio do povo, justamente nos proporcionou.

Muitos dos nossos companheiros que permanentemente marcaram presença nas edições anteriores já fizeram a tal viagem sem regresso, ficando, em uníssono, o nosso enorme pesar: paz às suas almas! A vida é, afinal, a tal caixinha de surpresas que ocasionalmente nos surpreende.

Sim, é verdade que os nossos corpos se moldaram com a passagem das eras, restando enaltecer estes momentos de espontânea confraternização e o reviver de amigos que o tempo jamais se aventurará esquecer. Ontem fomos desportistas, hoje somos pessoas marcadas pelo peso da idade.

Nada a contrapor. É a lei da vida. 

Às portas do velhinho estádio municipal Dr. Flávio dos Santos, às 12:00 horas, foi o ponto de encontro dos convivas.

A receção apresentou-se como um dos pontos capitais desta terceira edição.

Houve abraços, cruzaram-se interessantes conversas e a eventual dúvida sobre quem é quem

Incertezas, estas, de pronto ultrapassadas. Depois, lá surgia o desvendar de pequenos mistérios, mas inevitavelmente reputados àqueles saudáveis tempos.

Uns, com peso acumulado com o evoluir das eras; outros, com barriguinhas já avantajadas; outros, mais elegantes, mas com o cartão de cidadão a mencionar uma idade avançada, mostrando ainda ostentação no seu físico.

As camisolas do Desportivo de Beja, Despertar, BNS Conceição e Zona Azul fizeram, com merecida justiça, parte da confraternização, uma vez que a iniciativa era comum a todos os antigos jogadores que militaram nestes símbolos.

Pelo meio ficou marcado um minuto de silêncio em memórias daqueles que já partiram para a eternidade. Seguiu-se um pedaço de tarde em que o cante alentejano deu um ar da sua graça. Veio a despedida e o repto dos presentes: que venha o próximo! 

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