Diário do Alentejo

Vasco da Gama de Vidigueira
Opinião

Vasco da Gama de Vidigueira

José Saúde, jornalista

07 de maio 2023 - 18:00

A dimensão da história do desporto sul-alentejano é realmente encantadora e merece, como é óbvio, elevados elogios perante as proezas entretanto visualizadas. Corre-nos nas veias uma transcendente sensibilidade que visa obter conhecimentos profícuos sobre a entrega de homens do antigamente que muito contribuíram para a evolução do fenómeno desportivo por ora visualizado.

A impressionabilidade oferecida por criaturas fixadas em Vidigueira, localidade encaixada em pleno “País das Uvas”, onde as castas colhidas em vinhedos resultam em espirituosos fluidos que o “deus Baco” abençoou, ditou regras que o futuro haveria de confirmar.

Numa visita a conteúdos reais que estimulam exímias considerações, constata-se que em 1926 o ciclismo foi a primeira modalidade que o povo monopolizou. O Grupo Ciclista Vidigueirense, sendo José Lampreia Gusmão o seu principal impulsionador, assumiu-se como uma coletividade que caprichou pela disponibilidade em doar à população uma inegável confiança desportiva.

Com o evoluir dos tempos, eis que, no ano de 1932, José António Guerreiro Pinto, acompanhado por um grupo de entusiastas, levou para a Vidigueira o jogo da bola, fundando, em 1933, o Vasco da Gama Futebol Clube, agremiação que a 1 de outubro de 1945 se afirmaria, decididamente, como o atual Clube Futebol Vasco da Gama. Diz-nos a curiosidade que o superabundante querer humano em angariar saberes que valorizassem desportivamente a gentes da localidade foi paulatinamente ganhando força, e o Vasco da Gama o símbolo que deu brado num povo que vive encarecidamente com os seus feitos.

Neste contexto, é justo enaltecer a proeza alcançada pelo Vasco da Gama que, na última jornada do Campeonato de Portugal, foi vencer (1-0) aos Açores a equipa do Praiense, conseguindo a manutenção. Para trás ficaram também épocas de ouro no andebol que levou à localidade equipas de grande qualidade nacional, assim como multidões de pessoas que mui elegantemente se deslocavam rumo a Vidigueira. Mas, o futebol foi uma das modalidades que veio para ficar.

O Vasco da Gama, a dada altura, apostou na formação e os seus dirigentes jamais descuraram essa pura realidade. O campo, dantes pelado, fora beneficiado com um piso sintético e as infraestruturas remodeladas, sendo o antigo campo José António Guerreiro Pinto hoje denominado como Estádio Municipal de Vidigueira.

Na verdade, é de todo justo que elogiemos o trabalho desenvolvido pelos seus líderes, atletas, treinadores, colaboradores, ou seja, toda uma equipa envolvida que labora em prol do crescimento de um emblema que jamais abdicou dos seus corteses deveres, cujos resultados são, no presente, os conhecidos. Vasco da Gama, um grémio digno que vai, e bem, honrando a nossa região em campos nacionais.  

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