É no alvorecer de novas gerações que constatamos frequentemente que o Mundo, sempre em plena apoteose, nos vai trazendo infalíveis laços de inolvidáveis momentos que nos enviam para a inquestionável realidade que o fenómeno desportivo é, na sua essência, um oceano de múltiplos prazeres e onde se cruzam diversos fatores, principalmente, quando abordamos o prodígio no feminino. É-me estritamente recomendável e, sobretudo, de uma imensa justiça, que façamos uma verídica viagem pela Seleção Distrital de Futsal, sub-17, num evento denominado como Torneio Interassociações, que se efetuou no distrito de Bragança, tendo então participado todas as associações de futebol nacionais. Os resultados obtidos pouco interessam, o importante foi a participação da Associação de Futebol de Beja (AFBeja) no acontecimento e a entrega das miúdas em cada jogo disputado. Aliás, tive a oportunidade em assistir, via “Canal 11”, a alguns dos seus jogos e confesso que as miúdas me surpreenderam pela positiva.
Da seleção constaram as seguintes atletas: Inês Garcia, Inês Nogueira, Leonor Barbado, Margarida Ribeiro, Alice Mestre, Alexandra Teixeira, Joana Agatão, Beatriz Fernandes, Mariana Rita, Bárbara Alves (todas do Desportivo Beja), Mariana Paulino (Ourique) e Sofia Romeiro (Bairro Nossa Senhora da Conceição). As jogadoras tiveram em Miguel Carvalho, selecionador/treinador, Fábio Pacheco, Rafael Xavier, Ana Costa, Maria Guerreiro e João Guerreiro uma equipa de apoio deveras extraordinária e que tudo fizeram para dignificar a presença sul-alentejana em tão pomposa circunstância. É, pois, fundamental trazer a esta coluna, uma coluna desportiva que semanalmente subscrevo e que, por ora, me vai dando vida, a justíssima gratidão por todo o valor que as jovens proporcionaram ao longo de um torneio e que lhe trouxeram uma outra tarimba no jogo de futsal. Sois, na verdade, um exemplo de força, de vontade e de querer, que se espraia por universos até então pouco palmilhados, mas que numa espécie de luminosidade fez de todas vós um profícuo direito para que os seus nomes ficassem conhecidos não só em Portugal, como além-fronteiras. Sois, ainda, exímias portadoras na arte de bem tratar uma bola que vos enche de inigualáveis prazeres e que vos encanta com imensa alegria.
Aplaudo, com ênfase, a sua paixão e vosso descomplicar do tempo em que, dantes, o jogo da bola se destinava, especificamente, aos rapazes. Para AFBeja ficam, também, os nossos parabéns pela frontalidade em disseminar antigos preconceitos, abrindo as suas portas ao futebol feminino e, naturalmente, aos clubes que apostaram, e apostam, num novel projeto que cresce desalmadamente no tempo.
Parabéns, miúdas!