Diário do Alentejo

Sim à Paz; não à Guerra
Opinião

Sim à Paz; não à Guerra

Manuel António do Rosário, padre

28 de setembro 2022 - 11:00

Depois da experiência dramática e devastadora das duas Grandes Guerras, e da tragédia da implosão da Jugoslávia, cujos estilhaços continuam por sarar, jamais imaginei que em pleno Século XXI, pudesse estalar um conflito de tamanhas proporções, como aquele que opõe Rússia e Ucrânia.

O Mal nem sempre tem nome, tais os enredos com que se disfarça e esconde, mas, neste caso concreto, há um culpado cujo nome ficará gravado na nossa memória: Vladimir Putin. Ao contrário de Gorbachev, que apesar dos erros, quebrou o “Muro” que separava a Europa e o Mundo; Putin, será recordado como alguém que contrapôs povos irmãos, com raízes comuns. Ele e os ditadores de todos os tempos deveriam ler mais e conhecer a história da Humanidade, para daí retirarem lições: o que se constrói à força, não perdura, mesmo que ilusoriamente pareça que sim. A violência só gera violência e esse círculo vicioso poderá arrastar o Homem para um cenário apocalíptico, tal a capacidade do armamento existente, a mais rentável indústria.

O Papa João XXIII propôs na sua famosa Encíclica Pacem in Terris (1963), quatro pilares para se construírem sociedades enraizadas na Paz, a qual não pode ser mera ausência de Guerra, a saber: Justiça, Verdade, Liberdade e Amor.

O Papa João Paulo II, e os seus sucessores Bento XVI e Francisco, têm insistido que, com a Guerra, todos perdem, mesmo os que militarmente vençam. Só o diálogo verdadeiro e respeitador, poderá lançar as bases de uma autêntica negociação, que permita estabelecer acordos duradouros.

Prestes a concluir, permitam-me este desabafo, a propósito das guerras: há excessiva conflitualidade latente nas nossas sociedades. Basta olhar para as cenas de violência gratuita, e para a banalidade confrangedora com que se desrespeita a vida humana!

Se não podemos parar os conflitos, como o da Ucrânia, tentemos, pelo menos, vencer os sentimentos negativos que habitam no nosso coração, para nos tornarmos verdadeiros construtores da paz.

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