Filho, imagina o seguinte: tu deste uma opinião e julgaste o comportamento de alguém e, de acordo com os teus princípios e os teus valores, tens a certeza da tua ação, mas essa pessoa não concorda contigo e acusa-te de seres mau ou antipático. Vais para casa e ficas a pensar no que ela te disse. Vais rever o que disseste, os motivos que te levaram a dizê-lo, vais recordar os argumentos usados pela outra pessoa, vais analisar novamente toda a situação e manténs a tua posição porque, no teu entender, depois de muita ponderação e analisados os factos, essa atitude é a única que está correta e não podes abdicar dela. E à noite, mesmo sabendo que a tua vida será mais difícil, mesmo sabendo que essa pessoa será menos ou nada simpática para ti, dormes descansado porque a tua consciência não te pesa. A isso chama-se paz. Ao contrário do que te possam dizer, a paz não se consegue concordando sempre com os outros apenas para evitar problemas, isso tem outro nome, isso chama-se subserviência. A paz é um compromisso, primeiro connosco, depois com os outros. A guerra é a violação desse compromisso. Os mais fracos de felicidade, aqueles que não souberam fazer dos seus medos coragem, aqueles que alimentam fantasmas dentro de si e não os conseguem expulsar, aqueles que não aceitam opiniões contrárias, esses são os que querem guerra. Opta pela paz, porque se escolheres a guerra, ganhes ou percas, perdes sempre