Diário do Alentejo

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Vítor Encarnação, professor

22 de julho 2022 - 11:00

No dia da viagem acordou cedo, ou melhor dizendo nem dormiu, tamanha era a excitação. Entrou no táxi, o percurso foi curto, pouco mais de vinte minutos. Dirigiu-se ao check-in e foi reconfortante ver que os assistentes de terra do aeroporto eram os antigos alunos da Escola de Línguas, Hotelaria e Turismo criada de propósito para o efeito.

No átrio do aeroporto, obra moderna e espaçosa, podia ver-se publicidade alusiva à Ovibeja, ao porco alentejano e ao queijo de Serpa. Na Duty Free Shop comprou uma garrafa de vinho da Vidigueira, um frasco de mel de São Barnabé e uma garrafa de azeite de Moura para oferecer aos amigos alemães. Entrou para o autocarro que o iria levar ao avião da TAP. Na parte de fora do autocarro viam-se grandes fotografias de cruzeiros no Rio Guadiana, das praias e das pousadas alentejanas.

Sobre todas as fotografias lia-se, em português e inglês, “ A caminho do céu”. A caminho do céu também já ele ia quando o avião levantou as rodas de uma das mais compridas e da mais larga pista de aterragem e descolagem do país. E do seu lugar junto à janela viu a auto-estrada entre Beja e Sines, viu a moderna estação de comboios e o novo terminal de autocarros, viu aviões de todas as nacionalidades à espera de levantar voo. E a caminho do céu sentiu-se orgulhoso das letras grandes que via cá de cima e que diziam “Aeroporto de Beja”. Um pouco depois acordou sobressaltado. Mas não foi nenhum poço de ar, foi apenas o despertador que tocou.

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