Diário do Alentejo

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José Saúde, jornalista

12 de maio 2022 - 12:25

Num imperturbável vaguear pelas íngremes e gastas escadas da vida, lá vou expedindo sóbrios saberes sobre o permutar constante de matérias desportivas, onde a sensibilidade humana se depara com inevitáveis realidades que nos fazem recuar no tempo, sendo também certo que o deambular pela sinuosidade das infinitas gerações, assume-se como uma glória inegável.

Concentro-me, com generosidade, em pequenas historietas, cuja finalidade passa por explicitar saberes para os presentes contemplarem o que foi a veracidade do cosmos desportivo, sobretudo acerca da sua cândida evolução. O legado deixado por aqueles que se predispuseram em debitar férteis acontecimentos foi deslumbrante e é atualmente uma matéria honrosa que permite ao escriba debitar decentes registos das géneses atléticas que honraram, e honrarão, o mui nobre contemplado futebol.

Neste texto, falar-lhes-ei das seleções da Associação de Futebol de Beja (AF Beja), neste caso particular no escalão sénior, embora jamais olvidemos o que tem sido feito, e muito bem, nos escalões de formação. Recorrendo ao meu insaciável e meticuloso espólio desportivo, dou por mim a calcorrear no tempo, revejo épocas e fotos do antigamente, lanço um olhar sobre as obras das quais sou autor, sendo que, neste caso, os seus conteúdos se fixam explicitamente na componente desportiva, e detenho-me perante uma seleção sénior da AF Beja no ano de 1963 que terá realizado um desafio, sim, desafio porque o objetivo único passava somente por desafiar uma outra congénere. Para obsequiar a explanação deixo-vos escrito os nomes desses jogadores de outrora: Alves, Joaquim Madeira, Reis, Filipe, Mário, Madaleno, Rogério, Nói Madeira, Marcelino, Dionísio, Fernandes, Larguinho, Armando e Diogo Barrocas.

Uma geração na qual proliferavam excelentes jogadores e que tive o privilégio de observar em campo. É óbvio que os tempos presentes se gerem com um outro ímpeto competitivo: organizam-se torneios; os selecionados usufruem de uma estrutura que lhes permite segurança; são acompanhados com uma maior espontaneidade; as suas vestes são invariáveis, ou seja, equipam-se de forma idêntica, assim como os acompanhantes associativos que fazem parte da comitiva; jogam em campos relvados e, por fim, as viagens são pautadas pelo desejo do triunfo. Neste contexto, curvo-me, com elevada consideração e estima, sobre o último Torneio Regiões, em seniores, um evento que decorreu de 22 a 25 de abril, em Fátima, e que contou com a presença de associações que disputaram a fase final. Registe-se que a AF Beja, depois de uma prestação deveras excecional, deixando para trás outros selecionados, venceu Vila Real (1-0, golo ser apontado por António Baixinho) e perdendo (0-2) com Lisboa, a vencedora da Taça, que no final bateu Santarém através da marca de grandes penalidades, uma vez que no final dos 90 minutos se registava um empate (1-1). Novas gerações que entoam bem alto o nome da AF Beja.

 

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