Diário do Alentejo

Bons ou maus?
Opinião

Bons ou maus?

Vítor Encarnação, professor

31 de março 2022 - 11:46

O que é que faz de nós boas ou más pessoas? O que é que determina a perceção que os outros têm de nós? Uma equilibrada constância de comportamentos, uma harmonia de atitudes, uma linha contínua de simpatia, atenção e disponibilidade, ou o contrário disto tudo? A nossa assertividade, a nossa capacidade de intervenção, o respeito pela diferença, a compreensão relativamente ao outro e àquilo que é diferente, ou o oposto disto tudo? A nossa humildade ou a nossa soberba?

Quando falam de nós, quando nos classificam, isso é o resultado de quê? De quantos dias, de quantos anos, de quantas ações? Há uma escolha conveniente, corta-se e aproveita-se só a parte que interessa? Que custos tem a nossa opinião, que consequência tem a nossa singular conduta na apreciação que os outros fazem de nós? Que danos provoca sermos duma maneira e não de outra?

Na nossa ausência, como é que é definido o nosso caráter? Só somos bons, de intelecto e de substância, até discordarmos de alguém, até julgarmos alguém? Basta uma vez, uma só vez?

Deixamos de ser maus quando, por acaso, passamos a concordarcom alguém de quem discordámos? Basta uma vez, uma só vez? Até que ponto nos devemos preocupar com a opinião dos outros? Essa capacidade ou incapacidade de aceitarmos um julgamento advém de quê? Da nossa generosidade ou da nossa infâmia? Para perduramos na memória coletiva, faz mais sentido sermos bons ou sermos maus?

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