A consciência é uma palavra cheia de significados. Desde a faculdade da razão julgar os próprios atos ou o que é certo ou errado, passando pela intuição, pela honradez, pelo escrúpulo e pela retidão, querendo dizer também atenção, cuidado, incluindo ainda o sentido de uma ação que causa remorso, podendo ser individual, coletiva, boa ou má, a consciência assume todas estas facetas e interpretações, sendo por isso transversal à condição humana. No entanto, por muitos significados que a palavra tenha, há uma expressão que é a base de todo o seu sentido e que deve começar por um ato de despojamento, traduzido pela expressão “meter a mão na consciência”, locução de fácil compreensão e difícil aplicação, porque normalmente é ditada aos outros. O que a expressão quer dizer é que a mão, que carrega uma variedade de simbolismos, criação, proteção, bênção, rendição, prece, misericórdia, justiça, respeito, confiança, irá funcionar como elemento regulador da forma como nos relacionamos com os outros e do modo como exercemos os nossos direitos e os nossos deveres de cidadania. A mão, quando bem calibrada pela humildade, vai, lá ao sítio onde vive a nossa parte boa, verificar se está certo aquilo que fazemos. Se acharmos que é preciso mudar para melhorarmos e se, em consequência dessa autoanálise, o fizermos, a mesma mão também nos dá uma almofada para dormirmos mais descansados.