Depois de um ano sem precedentes, devemos começar 2021 com alento. A vacinação contra a covid-19 foi iniciada a 27 de dezembro de 2020 em toda a União Europeia (UE), num emocionante momento de unidade. Estamos a negociar e a comprar doses de vacinas mais que suficientes para todos os europeus e também para os países nossos vizinhos.
A UE assegurou uma vasta carteira de vacinas com diferentes tecnologias, num total de 2,3 mil milhões de doses das vacinas mais promissoras. Duas delas já receberam a luz verde da Comissão Europeia para a sua utilização e podem ser usadas pelos estados-membros. E isto em apenas seis meses, depois de, em junho de 2020, a Comissão ter apresentado uma estratégia europeia em matéria de vacinas, e no total respeito das exigentes normas de segurança que vigoram na Europa para a colocação deste tipo de produtos no mercado.
Podemos estar confiantes e com esperança por três razões. Primeiro, porque a Comissão Europeia negociou a mais vasta carteira de vacinas do mundo. Segundo, porque estamos bem preparados. Elaborámos uma estratégia europeia comum de vacinação demonstrando, mais uma vez, que é melhor sermos 27 parceiros a trabalhar em conjunto do que cada um a fazê-lo sozinho. Haverá questões a ir melhorando, passo a passo e de forma coordenada. Terceiro, porque estamos a lançar um programa de monitorização de vacinas que é único no mundo.
Uma rede de milhares de instituições e peritos está a observar, em tempo real e ao longo das próximas semanas e meses, a eficácia do funcionamento das vacinas. É um processo complexo e novo. Aprendemos com ele todos os dias, mas estamos a conseguir fazer um caminho que equilibra a segurança e a urgência porque estamos a fazê-lo juntos.
Teremos muito mais doses de vacina disponíveis em 2021 e estamos igualmente a apoiar os fabricantes no aumento da sua capacidade de produção para que possam dar resposta às necessidades da Europa. Da Europa e não só. Não estamos apenas a pensar em nós próprios, também queremos cuidar de todos os outros. Lideramos, desde o início da pandemia, com convicção no esforço de dar acesso à vacina aos países e comunidades que não têm, por si, essa capacidade, através de iniciativas como o Covax. É parte do humanismo europeu e porque ninguém está seguro, enquanto não estivermos todos protegidos.
Uma vez vacinadas pessoas suficientes, poderemos começar a regressar à nossa vida normal. Até lá, temos de continuar a ser cuidadosos. Cabe-nos continuar a proteger as nossas famílias e também àqueles que nos rodeiam. Cabe-nos confirmar a informação de fontes credíveis, entender que há incertezas legítimas e arestas a limar durante o processo, mas sem dar alento a mitos nem a egoísmos. Que esta vacina e as provas que a ciência e os líderes nos dão, sirvam para nos proteger também de outros vírus letais que são a desinformação e a polarização de opiniões.
2021 é, por todas estas razões, um ano de esperança, de compromisso e de desenvolvimento. De esperança porque todos desejamos que a vida volte ao normal. De compromisso porque precisamos de nos continuar a proteger a nós e aos outros, fazendo uso das vacinas. E de desenvolvimento na ciência, na sociedade e no próprio projeto europeu. Só juntos conseguiremos continuar a superar esta pandemia e trabalhar para fortalecer o nosso modelo de sociedade - democrático, humano e inclusivo - que permite sairmos e reconstruirmos após este tornado rumo a uma Europa mais unida, sustentável, moderna e socialmente justa.