Diário do Alentejo

Covid-19: Sindicato quer "medidas” em fábrica de Èvora

20 de março 2020 - 12:10

O Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas (SIESI) exigiu da fábrica de Évora da Kemet Electronics a adoção de “medidas de prevenção mais adequadas” para os trabalhadores, perante a pandemia de Covid-19. “Consideramos desadequadas algumas medidas que têm sido tomadas e a Kemet deveria ter mais preocupação em informar melhor os trabalhadores e em tomar outras medidas de proteção”, disse à agência Lusa Diogo Correia, dirigente deste sindicato em Évora.

 

Em comunicado, o SIESI deu conta de que existe um “legítimo aumento da preocupação dos trabalhadores da Kemet”, perante a pandemia de Covid-19, e exigiu da direção da fábrica “medidas de prevenção mais adequadas”. Segundo o sindicato, é necessário que a empresa “informe os trabalhadores e o SIESI das medidas" que está a implementar "e de outras que virão a ser implementadas” com o objetivo de “proteger a saúde e segurança dos trabalhadores durante este período de combate à pandemia”.

 

O SIESI referiu já ter questionado a Kemet a propósito deste assunto, mas alegou que, “não só a empresa não deu resposta, como têm sido aplicadas medidas genéricas de proteção dos trabalhadores, que merecem ser denunciadas”.

 

O dirigente sindical Diogo Correia afirmou que, de acordo com relatos de funcionários – o SIESI não possui estrutura dentro desta fábrica -, “há trabalhadores que, na quinta-feira, estiveram com febre à entrada ao serviço”, mas acabaram por “ter de trabalhar”.

 

“Não achamos normal que os trabalhadores que tenham tido febre tenham sido postos todos juntos num só espaço. A febre entretanto baixou e eles entraram ao serviço. Isto não pode ser, sabemos que, nestes casos, a febre pode ser intermitente”, exemplificou.

 

Diogo Correia aludiu ainda à “situação de um trabalhador que esteve em contacto com um familiar que veio de um outro país onde existem casos de Covid-19”. “Esse familiar está em isolamento voluntário, mas o trabalhador, que não tem culpa nenhuma, está a trabalhar na fábrica, o que está a gerar alguma preocupação entre os outros trabalhadores”, indicou.

 

Segundo o dirigente sindical, “o plano de contingência para a pandemia de Covid-19 da Kemet está afixado algures, mas os trabalhadores não sabem onde”, sendo ainda necessário “garantir mais proteção nos espaços comuns”, visto tratar-se de “uma fábrica com mais de 400 trabalhadores”.

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