Diário do Alentejo

António José Matias, presidente da direção da Cercicoa

20 de fevereiro 2020 - 12:20

Texto Nélia Pedrosa

 

A Cercicoa – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas e Solidariedade Social dos Concelhos de Castro Verde, Ourique e Almodôvar, em parceria com a Câmara de Ourique, inaugurou o Centro de Atividades Ocupacionais de Grandaços. Que projeto é este? É um centro de atividades ocupacionais para 10 pessoas com deficiência moderada ou grave, que se encontravam em lista de espera para integrar esta resposta social. É um equipamento que pretende especializar-se em artes plásticas e irá complementar a sua atividade de reabilitação através da partilha de recursos disponíveis na sede da instituição. Contudo, este espaço que designamos como CAO Grandaços – Ourique não se esgotará enquanto centro de atividades ocupacionais, dado que receberá turmas de formação profissional e também permitirá descentralizar alguns serviços, como o Centro de Apoio à Vida Independente e o Incorpora, que desenvolvem a sua atividade num vasto território e vêm aqui uma oportunidade de terem uma estrutura de apoio logístico mais próxima das pessoas a quem prestam apoio.

 

As valências disponibilizadas atualmente pela Cercicoa são suficientes para as necessidades sentidas nos três concelhos? Estava previsto ainda a construção de um lar residencial para pessoas com deficiência e incapacidade em Ourique. Em que fase está o projeto? Há muito que se desenvolvem atividades para além dos três concelhos tradicionais (Castro Verde, Ourique e Almodôvar), registando-se intervenção regular nos concelhos de Odemira e Mértola, mas também noutros, como Ferreira do Alentejo, como definido estatutariamente enquanto entidade de âmbito distrital. Esta intervenção justifica-se pela procura em determinados serviços e pela diversidade de problemáticas com que nos deparamos, que obrigam à criação e implementação de respostas que sirvam as necessidades das pessoas e famílias. Para aumentar o edificado, em cumprimento com o planeamento estratégico de descentralização de serviços, decorrem atualmente duas obras, uma em Ourique, em parceria com o município, a adaptação de um edifício para receber 24 pessoas em lar residencial; e duas residências autónomas em Castro Verde, projeto também desenvolvido em parceria com o município. Contamos que ambos os investimentos estejam concluídos até final do ano.

 

Quantos clientes tem atualmente a Cercicoa e que outras valências integra, para além das mencionadas? A diversidade de problemáticas tem impelido a instituição para a criação de um significativo número de respostas (neste momento 12), nomeadamente, Residência Autónoma, Lar Residencial, 2 Centros de Atividades Ocupacionais, Intervenção Precoce, Centro de Apoio à Vida Independente, Formação Profissional, Centro de Recursos para a Inclusão, Centro de Recursos Local, Serviço de Atribuição de Produtos de Apoio, Poapmc e Incorpora. O conjunto de todas estas respostas apoia cerca de 500 pessoas, sendo que apenas 31 estão em acolhimento residencial, o que representa apenas seis por cento. Penso que estes números espelham bem os valores da instituição e o esforço de toda a equipa na promoção da autonomia e da inclusão das pessoas com deficiência e incapacidade nas suas comunidades.

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