Diário do Alentejo

Economista Carlos Borralho (IP Beja) publica novo livro

03 de fevereiro 2020 - 14:15

É doutor em Gestão, mestre em Organização e Sistemas de Informação, bacharel e licenciado em Gestão de Empresas. No Instituto Politécnico de Beja, na qualidade de docente convidado, tem lecionado várias unidades curriculares, em cursos de licenciatura e de mestrado, das quais se destacam Planeamento e Controlo de Gestão, bem como Gestão de Processos de Negócio e Informação. É membro efetivo da Ordem dos Economistas, da Associação Portuguesa de Sistemas de Informação, da Associação Portuguesa da Qualidade e da Ordem dos Contabilistas Certificados. Vive, desde 1995, em Beja.

 

Texto José Serrano

 

O livro Informação e Gestão de Processos de Negócio, da autoria de Carlos Borralho, docente do Instituto Politécnico de Beja, foi, recentemente, apresentado ao público, na Biblioteca Municipal de Beja.

 

Pretende este livro contribuir para uma melhor compreensão dos vários processos negociais, no sentido puramente mercantil, ou o conceito que aqui apresenta tem um sentido mais lato, reflexivo?

Existem organizações onde a circulação de dados e a geração de informação é ineficiente, o retrabalho é recorrente, as preocupações básicas da qualidade, nomeadamente, zero defeitos ou o fazer bem à primeira, não existem ou são secundarizadas. A gestão de processos de negócio parte da necessidade de alterar esses contornos. Assume a análise e a otimização de formas de trabalho, bem como os requisitos informacionais para as realizar. Neste contexto processos de negócio traduzem um conjunto de atividades orientadas para a produção otimizada de bens ou de serviços, com o uso de recursos, físicos, financeiros e informacionais, alinhados. Aqui a palavra negócio não traduz uma expressão mercantil mas sim trabalho ou ocupação, com origem no vocábulo latim negotium. Processos de negócio são sequências de trabalho, são ocupação de recursos variados e centrados no propósito de conceber alguma coisa em tempo útil e de acordo com requisitos previamente determinados.

 

Considera que os múltiplos sentidos da palavra “negócio” e os conceitos que lhe estão associados dificultam a possibilidade concreta de melhorar os fluxos de trabalho?

Vivemos numa sociedade de polissemias, mas isso não significa que as ações não continuem a ser muito mais importantes do que as palavras. A liderança, pelo exemplo, a consistência comportamental, o planeamento e o controlo de gestão categóricos, a efetiva capacidade de uso das tecnologias, são alguns dos elementos que podem melhorar fluxos de trabalho. A dificuldade não se centrará numa palavra em concreto, mas sim na cultura organizacional que reflete e a molda comportamentos.

 

Nesse sentido, considera importante ponderar maneiras alternativas de processos de trabalho de modo a facilitar a vida das pessoas?

É fundamental questionar formas de trabalho e compará-las com as desenvolvidas noutras organizações similares. Em absoluto não existem formas de trabalho boas ou más, existem formas de trabalho melhores ou piores quando comparadas com alternativas. A vida das pessoas melhora se sentirem que o seu trabalho é respeitado, se perceberem que aquilo que fazem serve para qualquer coisa útil. Por outro lado, perceber folgas e sobrecargas em fluxos de trabalho é essencial para aumentar a eficiência das organizações.

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