Diário do Alentejo

Universidade de Évora investe num laboratório em Sines

16 de janeiro 2020 - 16:15

A Universidade de Évora vai construir novas instalações para o seu já existente Laboratório de Ciências do Mar, em Sines, num projeto que ronda um milhão de euros, com apoios comunitários, previsto estar pronto em 2021. “As obras avançam, seguramente, no primeiro semestre deste ano” para que o Laboratório de Ciências do Mar (CIEMAR) possa “começar a funcionar” nas novas instalações “em 2021”, refere António Candeias, vice-reitor da Universidade de Évora para a Investigação.

 

As novas instalações vão “nascer” numa parcela de terreno do domínio público, localizada a norte do Cabo de Sines, cedida pela Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), indicou a Universidade de Évora (UÉ), em comunicado. O CIEMAR é uma unidade interdepartamental da academia alentejana que funciona em Sines, desde 1990, em instalações provisórias cedidas pela câmara daquele concelho do litoral alentejano.

 

Centrada na investigação, ensino e prestação de serviços, a infraestrutura tem como objetivo “promover e executar atividades científicas, pedagógicas e culturais destinadas à melhoria do conhecimento do ambiente marinho, à inovação, ao desenvolvimento tecnológico e à utilização sustentável dos recursos marinhos, dando especial atenção à região costeira do Alentejo e à restante plataforma continental adjacente”, acrescentou a universidade.

 

Com a aposta nas novas instalações, graças à recente aprovação de uma candidatura ao programa operacional regional Alentejo 2020 (financiamento de 85%), a UÉ vai poder “alargar muito mais” o âmbito de atuação do CIEMAR, destacou António Candeias. “Já tínhamos este polo em Sines e, nos últimos anos, tem sido nosso objetivo apostar muito nesta área do mar e da economia do mar, uma das áreas-chave para o desenvolvimento nacional e europeu, em setores como a pesca, aquicultura, recursos minerais ou turismo”.

 

Por isso, esta é “a altura ideal para criar uma grande infraestrutura dedicada às ciências do mar” e vai permitir “alargar o âmbito da nossa investigação, não só à parte do ambiente marinho, mas também ao desenvolvimento tecnológico e dos recursos marinhos”, vincou.

 

Segundo o responsável, na nova infraestrutura laboratorial, a universidade vai poder ter um foco mais interdisciplinar, cruzando áreas como “a biologia, a biotecnologia, a geofísica os recursos minerais e, inclusivamente, as ciências do património”. Outra das componentes da investigação e inovação no CIEMAR, acrescentou, vai ser “a da própria inteligência artificial e da questão da integração da transição digital para toda a economia do mar”.

 

“A aposta é continuar, de uma forma sustentada, a investigação que já se desenvolve no polo de Sines, muito na área dos recursos marinhos e da biodiversidade, mas incorporar componentes nas quais a UÉ tem competências de referência a nível nacional, como as da geofísica, da inteligência artificial e das ciências do património”, sublinhou o vice-reitor da UÉ, adiantando que, na sequência deste projeto, que tem o apoio da Câmara de Sines, “poderá seguir-se uma candidatura, ainda este ano, a fundos comunitários de um projeto transfronteiriço” para permitir ampliar ainda mais as valências do CIEMAR.

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