Diário do Alentejo

Portefólio: A Carrasqueira de Isabel Nolasco

14 de novembro 2019 - 00:10

Texto Luís Godinho

 

Interessam-lhe as pessoas, as ruas, um registo mais documental. Foi em Timor-Leste, onde viveu quase 10 anos, que Isabel Nolasco descobriu a paixão pela fotografia, que se veio juntar a uma outra: as viagens. “Tenho viajado por muitos lugares no mundo e esse conhecimento do mundo reforçou ainda mais o amor pelo meu País. A diversidade de Portugal desperta os meus sentidos e a minha estética”, diz a fotógrafa ao “Diário do Alentejo”, confessando que a Carrasqueira (Alcácer do Sal) é uma das suas paragens frequentes. 

 

“É um lugar muito interessante e cénico para fazer fotografia”. E foi isso que fez. O conjunto de imagens captadas no cais palafítico da Carrasqueira valeram a Isabel Nolasco a obtenção do prémio Discoveries Awards, entregue no passado fim de semana no Festival Literário Internacional de Óbidos. Na escolha do júri “pesou a simplicidade técnica, a humanidade na abordagem e a coerência na construção da história” que, segundo refere, “mostra que se pode fazer uma viagem em que a beleza natural aliada ao reconhecimento de uma atividade económica artesanal em extinção pode ajudar a olhar para o que existe de importante na cultura nacional”.

“Muito antes de ser uma atração turística já era um lugar inspirador. A sua beleza natural, a luz maravilhosa que ilumina o cais, a arquitetura das palafitas, a atividade artesanal de pesca, os próprios pescadores, são motivos e sujeitos absolutamente imperdíveis na composição de uma fotografia, para quem gosta de fotografia... e de Portugal”, refere Isabel Nolasco, sublinhando que a “beleza despojada e fascinante, pela paz e serenidade” que o local desperta é algo que sempre a “encantou” na Carrasqueira . “É todo um cenário que transmite a alma do meu Alentejo”, diz a fotógrafa, cuja infância foi passada em Elvas.

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