Diário do Alentejo

Investimento requalifica basílica Castro Verde

24 de junho 2019 - 19:00

A Basílica Real de Castro Verde que está num estado de degradação "preocupante", vai ser requalificada, num investimento de 446.300 euros. Segundo a Câmara de Castro Verde, a basílica vai ser requalificada na sequência de uma ação coordenada pela autarquia e que prevê duas fases de intervenção.

 

A primeira fase, num investimento de 65 mil euros, prevê a limpeza manual do telhado, o arranjo de portas e janelas e a pintura do monumento e a segunda, orçada em 381.300 euros, irá incluir uma intervenção de conservação e restauro do teto pintado em madeira da basílica. O investimento da primeira fase, no âmbito do Programa de Equipamentos Urbanos de Utilização Coletiva, vai ser financiado pelo município em 28.285 euros, pelo Governo em 26.225 euros e pela União de Freguesias de Castro Verde e Casével e pela Paróquia de Castro Verde em 5.245 euros cada.

A realização da segunda fase resulta da articulação entre o município e a Paróquia de Castro Verde, a Diocese de Beja e a Direção Regional de Cultura do Alentejo e já foi apresentada uma candidatura para obter um cofinanciamento de 85 por cento por fundos comunitários.

 

Segundo a Câmara de Castro Verde, no seguimento de proposta apresentada pelo município, a empresa Somincor, a concessionária da mina de Neves-Corvo, situada no concelho, mostrou "disponibilidade" para atribuir, ao abrigo da lei do mecenato, um apoio de 57.195 euros para financiar os 15% da contrapartida nacional da segunda fase de intervenção.

 

O contrato-programa para a primeira fase e o acordo de colaboração para a segunda fase de intervenção na basílica vão ser assinados numa sessão pública, na sexta-feira, a partir das 11:00, no Salão Nobre da Câmara de Castro Verde.

 

Em declarações à agência Lusa, o pároco de Castro Verde, Luís Miguel Fernandes, disse que as intervenções previstas nas duas fases vão permitir "resolver os problemas mais urgentes e evitar uma maior fragilização da estrutura do edifício da basílica". No entanto, frisou, a basílica, que está num estado de degradação "preocupante", precisa de "mais intervenções", as quais terão de ser trabalhadas e só poderão avançar à medida que se for conseguindo cofinanciamento comunitário. As obras da primeira fase vão arrancar "o mais breve possível" e, depois de concluídas, será possível reabrir a basílica ao culto, disse.

 

Segundo o pároco, chove dentro da basílica e, devido a vários anos de infiltrações de água, há tábuas a despregaram-se no teto, que é forrado a madeira. Já caíram fragmentos do teto e das "muito degradadas" pinturas murais da basílica, relatou, referindo que muitos dos azulejos do ciclo azulejar da basílica, datado do século XVIII e que retrata a Batalha de Ourique, estão desagregados da parede e em risco de colapso e, por isso, foi necessário recorrer a fita-cola para os fixar e evitar que caiam e se partam.

 

Por tudo isto, disse, o culto foi suspenso em março de 2018 na basílica, que só abre para visitas, mas algumas zonas, nomeadamente junto às paredes de azulejos, estão interditadas. A basílica, que foi fundada no século XIII e reconstruída no século XVIII, é a homenagem de D. João V a Castro Verde, onde se travou a batalha de Ourique, decisiva para afirmar Portugal como reino independente.

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