A realização da segunda fase resulta da articulação entre o município e a Paróquia de Castro Verde, a Diocese de Beja e a Direção Regional de Cultura do Alentejo e já foi apresentada uma candidatura para obter um cofinanciamento de 85 por cento por fundos comunitários.
Segundo a Câmara de Castro Verde, no seguimento de proposta apresentada pelo município, a empresa Somincor, a concessionária da mina de Neves-Corvo, situada no concelho, mostrou "disponibilidade" para atribuir, ao abrigo da lei do mecenato, um apoio de 57.195 euros para financiar os 15% da contrapartida nacional da segunda fase de intervenção.
O contrato-programa para a primeira fase e o acordo de colaboração para a segunda fase de intervenção na basílica vão ser assinados numa sessão pública, na sexta-feira, a partir das 11:00, no Salão Nobre da Câmara de Castro Verde.
Em declarações à agência Lusa, o pároco de Castro Verde, Luís Miguel Fernandes, disse que as intervenções previstas nas duas fases vão permitir "resolver os problemas mais urgentes e evitar uma maior fragilização da estrutura do edifício da basílica". No entanto, frisou, a basílica, que está num estado de degradação "preocupante", precisa de "mais intervenções", as quais terão de ser trabalhadas e só poderão avançar à medida que se for conseguindo cofinanciamento comunitário. As obras da primeira fase vão arrancar "o mais breve possível" e, depois de concluídas, será possível reabrir a basílica ao culto, disse.
Segundo o pároco, chove dentro da basílica e, devido a vários anos de infiltrações de água, há tábuas a despregaram-se no teto, que é forrado a madeira. Já caíram fragmentos do teto e das "muito degradadas" pinturas murais da basílica, relatou, referindo que muitos dos azulejos do ciclo azulejar da basílica, datado do século XVIII e que retrata a Batalha de Ourique, estão desagregados da parede e em risco de colapso e, por isso, foi necessário recorrer a fita-cola para os fixar e evitar que caiam e se partam.
Por tudo isto, disse, o culto foi suspenso em março de 2018 na basílica, que só abre para visitas, mas algumas zonas, nomeadamente junto às paredes de azulejos, estão interditadas. A basílica, que foi fundada no século XIII e reconstruída no século XVIII, é a homenagem de D. João V a Castro Verde, onde se travou a batalha de Ourique, decisiva para afirmar Portugal como reino independente.