Três Perguntas a Pedro Jonas, presidente da União de Freguesias de Albernoa e Trindade
A propósito do lançamento de “Biblioteca com Memória”, uma iniciática desenvolvida pela União de Freguesias de Albernoa e Trindade e que procura “usar a cultura e a palavra escrita” para fazer companhia a pessoas sós, o “Diário do Alentejo” conversou com o presidente da autarquia, Pedro Jonas, sobre o intuito e os “leitores” deste projeto, assim como a possibilidade desta iniciativa vir a receber, também, dos seu ouvintes seniores histórias de tradição oral passiveis de serem registadas e, posteriormente, contadas a outros.
Texto | José Serrano
A União de Freguesias de Albernoa e Trindade lançou a “Biblioteca com Memória”, iniciativa que procura “usar a cultura e a palavra escrita” para fazer companhia a pessoas sós. De que forma pode esta iniciativa combater, efetivamente, a solidão?Esta iniciativa resultou da necessidade de darmos um novo ânimo aos nossos idosos, particularmente, aqueles que vivem sozinhos. Na nossa União de Freguesias de Albernoa e Trindade temos uma biblioteca com história, à qual quisemos, através da sua técnica responsável, dar-lhe um novo rumo. Felizmente, temos sentido uma grande procura por este serviço em que fazemos companhia às pessoas – e através do qual conhecemos as suas histórias, as suas tristezas e as suas alegrias – procurando, desta forma, minimizar os seus problemas do dia a dia.
Quem serão os “leitores” deste projeto? Quaisquer interessados nesta iniciativa podem contactar os serviços da nossa junta de freguesia e nós, com meios próprios, vamos até à casa dos nossos fregueses, seja em Albernoa, Trindade ou Cantinho da Ribeira. A “Biblioteca com Memória” é um serviço de proximidade, de afetos e de esperança, através do qual queremos envolver várias gerações.
Pondera este projeto a possibilidade de vir a receber, também, dos seus utentes, dos ouvintes seniores, histórias de tradição oral, passiveis de serem registadas e posteriormente contadas a outros?Sim, claro. De facto, temos já registos em vídeo das sessões já ocorridas. A ideia passa por assinalar os 30 anos da Biblioteca Manuel Ribeiro, de Albernoa, com a publicação de um livro com todas estas histórias documentadas na primeira pessoa. É um trabalho em crescendo, em que queremos, também, que mais aldeias do nosso distrito criem um projeto à semelhança deste nosso, que é extremamente gratificante.