A falta de meios aéreos para combate aos incêndios rurais nos concelhos de Moura e Ourique preocupa os autarcas dos dois municípios, que apelaram recentemente a uma solução urgente para dar resposta às populações.
O helicóptero previsto para Moura não está disponível, revelou o presidente da câmara, Álvaro Azedo, numa publicação na sua página de Facebook, no passado dia 6. Na mensagem, o autarca disse ter sido informado pelo presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (Anepc), Mário Silvestre, de que o “concurso do qual fazia parte o lote respeitante ao meio aéreo [para o seu concelho] ficou deserto” e que, “tão breve quanto possível”, a Força Aérea iria “abrir novo concurso”.
Contactado na passada terça-feira, dia 17, pela “Lusa”, Álvaro Azedo realçou estar “preocupado” com a falta do helicóptero e a época de incêndios e “desiludido com este Governo”. “O Governo prometeu acelerar processos em olhar para o Alentejo de outra maneira e o que vamos vendo, aqui e acolá, é despreocupação, ao ponto de, até nestas questões, estarmos entregues a nós próprios”, criticou.No mesmo dia, a Câmara de Ourique, numa nota publicada na página oficial do município nas redes sociais, manifestou a sua “profunda preocupação” face à ausência do helicóptero destinado à base local.
“Em pleno período de risco elevado de incêndio, e numa região com elevada carga combustível e distâncias operacionais significativas, a falta deste meio compromete a capacidade de resposta e a segurança das populações”, apontou o município.
Contactado pela “Lusa”, o presidente da câmara, Marcelo Guerreiro, defendeu que o meio aéreo é “muito importante no combate aos incêndios em Ourique” e na região.Segundo o autarca, “nos últimos anos tem sido cumprido, dentro da normalidade, o que estava planeado em termos de chegada do meio aéreo”, mas, neste ano, após ter sido contactado pela Anepc, foi informado de que o helicóptero só poderá ser colocado no centro de meios aéreos de Ourique, “na melhor das hipóteses, dentro de um mês”.
“Percebemos os constrangimentos que possam ter existido em matéria de contratação pública, mas o território não pode ficar à mercê da falta deste meio e deste equipamento tão importante no combate aos incêndios rurais”, argumentou.
Por isso, disse, o município de Ourique vai solicitar à ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, e à Anepc, “as diligências necessárias” para que um meio aéreo seja colocado em Ourique “o mais rapidamente possível”.
A colocação dos dois helicópteros de combate aos incêndios nos centros de meios aéreos (CMA) dos concelhos de Moura e Ourique estava prevista para o passado dia 1, no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (Decir) de 2025.
“DA” com “Lusa”