Domingos Fabela, presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Beja, vê com bons olhos a construção de uma unidade local de formação (ULF) de bombeiros no concelho de Ferreira do Alentejo, admitindo que o equipamento vem reduzir os “transtornos enormes” causados pelas deslocações e despesas das corporações. O responsável aguarda ainda uma tomada de decisão sobre a ULF de Moura, que considera “fundamental”.
Texto Ana Filipa Sousa de SousaFoto Ricardo Zambujo
Uma semana depois de ter sido conhecida a localização da nova unidade local de formação (ULF) de bombeiros, o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Beja, Domingos Fabela, em declarações ao “Diário do Alentejo”, garante que a escolha do concelho de Ferreira do Alentejo “foi excelente” e que será uma mais-valia para dar uma “resposta fundamental” à formação em incêndios urbanos das corporações baixo-alentejanas.
“Ao longo destes últimos anos fazíamos normalmente a formação em Viana do Alentejo, [mas] a unidade local atualmente também não está funcional e isso levava-nos a recorrer a outras regiões, nomeadamente, no Algarve, em Setúbal e, inclusivamente, em Lisboa”, refere.
Os “transtornos enormes” causados em grande medida pelas deslocações e despesas inerentes à instrução dos bombeiros eram, segundo o responsável, os principais fatores “negativos” que os quartéis enfrentavam e que agora serão colmatados.
“Efetivamente, [este equipamento] é fundamental para a nossa região, não só na formação dos nossos bombeiros, como também poderá vir a ser um meio disponível para que as empresas e os próprios municípios façam formação para os seus colaboradores. Quanto mais formação tivermos na área, neste caso, do socorro e dos fogos/ /inundações, seremos mais ricos e mais um contributo [para a comunidade] ”, adianta.
Também para o comandante dos Bombeiros Voluntários de Ferreira do Alentejo, João Matias, a construção da nova ULF é “uma boa aposta” para a região, mas, sobretudo, “para todo o Alentejo”.
“Temos mais uma ULF [no País], mas em Beja não tínhamos nenhuma. [Este equipamento] no Baixo Alentejo é uma aposta espetacular para a formação dos bombeiros [e] que fará com que não haja tantas deslocações dos elementos da nossa sub-região para outras quando queremos ter formação”, admite o responsável. Resumindo, de seguida: “Tanto para mim, como para os meus colegas e para a sub-região, esta é uma aposta muito vantajosa para o mundo dos bombeiros”.
Em relação aos restantes concelhos que demonstraram disponibilidade para receber uma ULF – Almodôvar, Ourique e Moura –, o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Beja acredita que estes “poderão vir a complementar em termos de instalações ou outras lacunas que possam vir a surgir em outras áreas”, nomeadamente, o caso da ULF de Moura.
“Nós temos uma área enorme se pensarmos na barragem de Alqueva, nos seus apêndices e nas praias fluviais que temos [na região], portanto, há necessidade de darmos uma resposta efetiva nessa área. Cada vez mais as nossas associações vão tendo no seu seio elementos com formação própria para poder prestar esse serviço de salvamento aquático e, por isso, Moura tem a particularidade de já ter as infraestruturas e, naturalmente, irá acontecer a utilização das mesmas para complementar essa necessidade de formação”, diz Domingos Fabela.
Já na semana passada o presidente da Escola Nacional de Bombeiros, Lídio Lopes, tinha confirmado ao “DA” que, concluído este processo de seleção, o concelho de Moura mantinha-se em “observação e análise” para a possibilidade de ser uma ULF de especialidade, nomeadamente, “naquilo que é a formação em salvamento aquático”, face às “condições do edificado, a localização e o território” do município.
Recorde-se que a nova ULF de bombeiros, cuja construção é da responsabilidade da Câmara de Ferreira do Alentejo, ficará situada no antigo parque de feiras e exposições local, num terreno “livre de quaisquer ónus ou encargos” e que dispõe de “infraestruturas básicas, [como] vedação, arruamentos, água e eletricidade”.