Diário do Alentejo

“Sendo o Alentejo um destino bem conhecido entre os turistas nacionais continua relativamente desconhecido entre muitos viajantes internacionais”

19 de abril 2025 - 08:00
Três Perguntas a José Manuel dos Santos, presidente da Agência Regional de Promoção do Turística do Alentejo

A propósito recente tomada de posse, no passado dia 7, como presidente da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo o “Diário do Alentejo” conversou com José Manuel dos Santos sobre a relação entre o investimento até agora feito na região e o potencial do território, a importância de se revelar novas potenciais “joias” turísticas do Alentejo até agora desconhecidas, bem como a sua opinião quanto às consequências para o turismo na região face à “guerra comercial”, que parece estar instalada entre a administração Trump, do Governo dos Estados Unidos da América, e a Europa.

 

Texto José Serrano

 

Tomou posse, no passado dia 7, como presidente da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo. Considera que o investimento até agora feito na promoção turística da região se coaduna com o potencial do território?

Sim, mas é necessário reforçar esse investimento e focalizá-lo melhor nos mercados de maior valor. A representatividade das dormidas de estrangeiros no total da procura turística terá de sair do intervalo vicioso dos 33/34 por cento. A meta que está estabelecida na Estratégia Regional Turística é atingir-se um rácio de 40 por cento de dormidas de turistas internacionais, em 2030, e é com essa ambição que teremos de trabalhar. Sendo o Alentejo um destino bem conhecido entre os turistas nacionais continua relativamente desconhecido entre muitos dos viajantes internacionais. É importante assumirmos, sem complexos, este ponto de partida, agora que nos propomos iniciar um novo ciclo de trabalho na frente da promoção externa.

 

Pretende revelar nesta sua presidência novas potenciais “joias” turísticas do Alentejo até agora desconhecidas dos tours de viagens?

O Alentejo é “um destino com muitos destinos” e, sim, tenho esse objetivo, até porque uma das tendências da procura internacional é a busca por destinos improváveis e menos conhecidos. Claro que para isso o território terá de disponibilizar infraestruturas de alojamento e eventos nessas áreas menos conhecidas. Desse ponto de vista, este ano traz excelentes notícias com a abertura de hotéis em locais tão diferentes como Viana do Alentejo, Ourique, Monforte ou Santiago do Cacém. Estamos, também, a fechar a captação para o Baixo Alentejo de um importante evento internacional ligado ao turismo em bicicleta. Isto, para além da candidatura a “Cidade Europeia do Vinho” [entregue ontem, dia 17].

 

A “guerra comercial”, que parece estar instalada entre a administração Trump, do Governo dos Estados Unidos da América, e a Europa, poderá ter implicações no turismo da região?

No curto prazo, não, mas teremos de estar atentos. É uma situação a acompanhar de perto com o Turismo de Portugal. Recordo que o mercado norte-americano é, já, o segundo mercado externo do Alentejo e aquele que mais tem crescido nos últimos dois anos.

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