A propósito da criação de uma nova zona empresarial e logística em Mértola, que albergará um total de 45 lotes, implementados numa área de sete hectares, o “Diário do Alentejo” conversou com o presidente da Câmara Municipal de Mértola, Mário Tomé, sobre os “indícios” empresariais/económicos existentes justificadores desta criação, as atividades preferenciais que podem ocupar estes lotes, o início da construção do projeto, bem como a sua importância para a captação de investimento internacional que poderá trazer para a região.
A Câmara de Mértola vai avançar com a criação de uma nova área empresarial e logística, projeto que albergará um total de 45 lotes, implementados numa área de sete hectares. Quais os “indícios” empresariais/económicos existentes justificadores desta iniciativa?
São conhecidas as limitações da zona empresarial existente em Mértola. Esta é uma necessidade identificada, desde há muito, pelo tecido empresarial existente no concelho e deixámos, enquanto coletivo, que a discussão em relação à localização deste novo complexo se arrastasse durante anos. Precisávamos de avançar e de tomar uma decisão. É convicção do executivo camarário de que este investimento é fulcral para o concelho e que permitirá atrair mais investimento privado, tanto nacional como internacional. Simultaneamente, permite aos empresários locais a sua expansão e crescimento sem sair do concelho de Mértola.
Quais as atividades preferenciais que podem vir a ocupar estes lotes?
A existência de uma zona empresarial dotada com infraestruturas modernas e acessos facilitados poderá atrair empresas de diversos setores. Face à imprevisibilidade que verificamos no contexto mundial, pretendemos estar preparados para acolher o maior número de atividades empresariais possíveis. O projeto contempla a hipótese de albergar empresas que apenas necessitem de armazéns com 300/400 metros quadrados ou unir lotes que facilmente podem chegar aos 1000/2000 metros quadrados. Conhecemos, obviamente, as atividades económicas no concelho e essas serão as que no imediato poderão ocupar estes lotes, mas aguardaremos pela própria dinâmica de mercado. Para além da ocupação dos lotes, também está no projeto a criação de uma incubadora de empresas, uma unidade de alojamento, uma outra para comércio e serviços, uma área de serviço com posto de combustível e carregamentos e um lote destinado a uma superfície comercial de média dimensão.
Para quando está previsto o início da construção do projeto e qual a importância que o investimento internacional previsto poderá vir a ter para a região?
Ainda estamos na fase de projeto, mas é expectável que em 2025 seja possível iniciar os trabalhos. É um facto que projetos com este grau de importância tendem a demorar e que alguns dos nossos empresários não conseguem esperar tanto tempo. Deixo a nota que, também por isso, iremos avançar, dentro de meses, com a criação de novos lotes, como uma área mais reduzida, na zona industrial existente. Relativamente ao investimento internacional, este pode abrir várias possibilidades muito interessantes para a região. Ao atrair capital e know-how externos podemos impulsionar a criação de novos empregos e diversificar a economia regional, enquanto se promove a modernização de setores como o Turismo e a Agricultura. Esperamos que esta atração funcione como uma alavanca para um crescimento sustentável, tanto em Mértola, como no Alentejo.
José Serrano