“Dar continuidade ao trabalho desenvolvido”, assim como “impulsionar o talento jovem da região” e “reinventar o futuro com recurso à criatividade, talento e espírito crítico” foram o mote que conduziu a viagem de cerca de 100 alunos dos agrupamentos de escolas de Mértola, Ourique, Almodôvar e Aljustrel até à Web Summit, “o maior evento tecnológico e de empreendedorismo do mundo”, que decorreu em Lisboa entre os dias 11 e 14 deste mês. Promovida pela Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM), no âmbito do projeto “Idealiza, Empreende e Atua” (idEA), a iniciativa permitiu que os estudantes do 11.º e 12.º ano assistissem a palestras, workshops e apresentações sobre empreendedorismo e interagissem “com representantes das maiores empresas internacionais, mentores de negócios, investidores e empreendedores de todo o mundo”. O “Diário do Alentejo” acompanhou a experiência do interior do País até ao centro da inovação.
Texto Ana Filipa Sousa de Sousa
Foto Ricardo Zambujo
Carlos RelvaTécnico da ADPM
“O objetivo é nós despertarmos o talento destes jovens para perceberem que no território deles também há oportunidades e que podem fazer coisas, que eles próprios podem assumir o papel de serem líderes, de serem responsáveis e de resolverem problemas na sociedade, criarem os seus próprios rendimentos e empregos”.
“Este evento [pede] que eles viajem no futuro. Para muitos deles, este mundo não existe e é uma realidade que não é para eles. [Com esta experiência] queremos que tenham uma visão diferente do mundo para que possam ver que o que vamos falar às sessões nas escolas e que as habilidades que trabalhamos com eles não são uma coisa descabida, [antes pelo contrário] que são cada vez mais valorizadas no mundo de hoje”.
“Queremos que eles vejam que no mundo está a acontecer muita coisa, que há muitas pessoas preocupadas com problemas importantes [e] a tentar resolvê-los, a trazer inovação e soluções. É isso que queremos que fique nas cabeças deles”.
Inês BentoNatural de Aldeia de Palheiros (Ourique), aluna do 12.º ano do curso profissional Técnico de Turismo Ambiental e Rural do Agrupamento de Escolas de Ourique
“Esta visita permite que tenhamos consciência de que nenhuma ideia é perdida [e que] temos sempre de acreditar”.
“Não tinha noção de que tinha criatividade para criar uma ideia, mas quando nos juntamos em grupo e trabalhamos algumas coisas, percebi que, se calhar, consigo ir muito mais além”.
Carolina AfonsoNatural de Ourique, aluna do 12.º ano do curso profissional Técnico de Turismo Ambiental e Rural do Agrupamento de Escolas de Ourique
“A vinda aqui ajuda-nos porque conseguirmos perceber como é que estas startups começam, como é que estas pessoas desenvolvem as ideias que têm e como é que o empreendedorismo ajuda o desenvolvimento do País e o nosso futuro”.
“No Alentejo a população é mais envelhecida e ao termos ideias e criarmos novos projetos damos-lhe vida, porque as aldeias ou vilas [do interior do Baixo Alentejo], se não houver ideias e atividades novas, acabam por morrer. Temos de evoluir os locais e o Alentejo, para que este não seja visto de uma má maneira”.
Carlos QuintasNatural de Santana da Serra (Ourique), aluno do 11.º ano do curso profissional Técnico de Restauração/Bar do Agrupamento de Escolas de Ourique
“Pelas apresentações que já estive a ver falou-se muito sobre tecnologia moderna e inteligência artificial e, por exemplo, como sou da área de restaurante e bar acredito que num futuro próximo vai acabar por existir esse encontro”.
“A importância [desta experiência] é mesmo sairmos da nossa zona de conforto e podermos experienciar novas ideias, eventos e sítios”.