O centro de abrigo noturno temporário instalado, na semana passada, no Parque de Feiras e Exposições Manuel Castro e Brito, em Beja, alberga, de momento, uma dezena de pessoas. O Núcleo de Planeamento e Intervenção dos Sem-Abrigo (Npisa) está a acompanhar o processo, não só para fazer o “ponto da situação”, mas também “para analisar eventuais situações de pessoas” a integrar nesta resposta temporária.
Texto Nélia Pedrosa
De momento são 10 as pessoas em situação de sem-abrigo que estão a pernoitar no centro de abrigo noturno temporário criado pela Câmara Municipal de Beja, no âmbito do Plano de Contingência Contra o Frio, e que entrou em funcionamento em meados da semana passada num dos pavilhões do Parque de Feiras e Exposições Manuel Castro e Brito. A informação foi avançada pela vereadora com o pelouro da Ação Social no decorrer da reunião de câmara realizada na quarta-feira, dia 27, adiantando que duas pessoas “já foram retiradas” do centro e “integradas em resposta social de CAES [centro de alojamento de emergência social].
Marisa Saturnino acrescentou, ainda, que a associação Estar “contribuiu com roupas e a atoalhados”, a Santa Casa da Misericórdia de Beja “com produtos de higiene” e a Cáritas Diocesana tem “assegurado as refeições e a higienização das roupas de cama”. O novo centro de acolhimento temporário, à semelhança do que se verificou no centro que funcionou entre fevereiro e março no estádio Flávio dos Santos, é constituído por dormitórios climatizados e instalações sanitárias e tem, durante o seu funcionamento, uma empresa que acautelará a segurança dos residentes.
“Cada pessoa que está nos contentores”, sublinhou ainda a autarca na reunião de câmara, “tem um gestor de caso” e o Núcleo de Planeamento e Intervenção dos Sem-Abrigo (Npisa), que integra, para além da autarquia, entidades como a Cáritas e a Estar, “reúne-se regularmente não só para fazer o ponto da situação, como também para analisar eventuais situações de pessoas a integrar no âmbito desta medida”. As equipas do SAAS (serviços de atendimento e acompanhamento social) da autarquia também estão a acompanhar as pessoas em situação de sem-abrigo que estão a pernoitar nesta resposta temporária.
Recorde-se que em declarações ao “Diário do Alentejo”, na edição do passado dia 8, a vereadora com o pelouro da Ação Social esclareceu que o referido plano de contingência “se destina a proteger aqueles que são mais vulneráveis, que neste momento se encontram na rua e não têm onde pernoitar, para, pelo menos durante este período em que as condições climatéricas são mais adversas”, terem “alguma dignidade e conforto”.
O centro deverá funcionar até ao início de fevereiro do próximo ano, uma vez que a partir dessa data o equipamento municipal será necessário para outro fim. De acordo com a vereadora, irão “monitorizar o trabalho que vai ser feito [nestes meses], reavaliando e reajustando às necessidades”, sendo que “se estiver muito frio” terão de “pensar numa alternativa”.