Diário do Alentejo

Resialentejo com índices “importantes” em 2023

03 de novembro 2024 - 08:00
Metas para 2030 são “muito exigentes”, mas empresa prevê investir 11 milhões de eurosFoto | Ruben Silva/Arquivo

A Resialentejo – Tratamento e Valorização de Resíduos alcançou, no ano transato, três pódios nacionais no âmbito da preparação e encaminhamento de resíduos para reciclagem, compostagem e desvio para aterro, tendo, neste último, “o melhor desempenho” nesse parâmetro. Ao “Diário do Alentejo”, Marcelo Guerreiro, presidente do conselho de administração da empresa, garante que estes resultados são fruto do “trabalho que tem vindo a ser desenvolvido” e dos “investimentos realizados nos últimos anos”.

 

Texto | Ana Filipa Sousa de Sousa

 

Publicado no mês passado, o Relatório Anual de Resíduos Urbanos (RARU), da autoria da Agência Portuguesa do Ambiente, dá conta que a Resialentejo – Tratamento e Valorização de Resíduos, em 2023, registou cerca de 50 000 toneladas de resíduos produzidos, sendo que destes a maioria foi referente a biorresíduos (27,09 por cento), papel/cartão (16,94 por cento), plástico (14,90 por cento) e vidro (7,41 por cento).

Os dados referem ainda que a empresa, que abrange os concelhos de Almodôvar, Barrancos, Beja, Castro Verde, Mértola, Moura, Ourique e Serpa, teve uma percentagem maior na recolha indiferenciada (76 por cento). Nos 24 por cento da recolha seletiva o destaque vai para os circuitos especiais (nove por cento) para os ecopontos (sete por cento), deixando para segundo plano as recolhas porta-a-porta (três por cento), verdes (três por cento) e em ecocentros (dois por cento).

Ao nível dos ecopontos, os dados afirmam que o papelão foi aquele com maior depósito por parte dos munícipes (1344 toneladas), seguindo-se o vidrão (1063 toneladas) e o embalão (1053 toneladas).

Ainda assim, é ao nível dos encaminhamentos e destinos finais que a Resialentejo se destaca no RARU de 2023. O relatório indica que 82 por cento dos resíduos recolhidos são encaminhados para tratamento mecânico e biológico, 14 por cento para valorização material e quatro por cento para aterro. Desta forma, a empresa alcançou no ano transato o “segundo maior valor para o indicador de preparação para reutilização e reciclagem” e o “primeiro lugar a nível nacional no encaminhamento de resíduos para reciclagem e compostagem”, com 15 e 32 por cento, respetivamente. Outro dado importante a salientar foram os valores do “desvio para aterro”, 44 por cento, ou seja, 21 324 toneladas, classificando a Resialentejo com “o melhor desempenho” nesse parâmetro.

Marcelo Guerreiro, presidente do conselho de administração da empresa baixo-alentejana, em declarações ao “Diário do Alentejo”, admitiu que estes resultados “são bastante positivos”, uma vez que refletem o “trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela Resialentejo e pelos municípios”, e enaltece “o investimento realizado nos últimos anos”.

“O primeiro e o segundo lugar, que alcançámos em alguns parâmetros do RARU, permitem também validar a estratégia que definimos, e que tem pautado as nossas ações,  implementada nos últimos anos nos territórios onde desenvolvemos a nossa atividade. São os frutos do trabalho árduo de todos os envolvidos e demonstram o compromisso que assumimos para o futuro das nossas comunidades, baseado no desenvolvimento sustentável”, afirma.

A título de exemplo, o responsável justifica estes valores com a “otimização dos processos”, “o estabelecimento de parcerias com outros sistemas” e os “vários investimentos na recolha, triagem e processamento de resíduos que visam minimizar a deposição em aterro e o incremento da preparação para reutilização e reciclagem”.

“A recente requalificação do Ecocentro de Moura demonstra a forma como estamos a preparar as nossas infraestruturas para aumentarmos a capacidade de recolha e encaminhamento de resíduos, além do investimento em novas unidades para volumosos, embalagens e plásticos. Estamos cientes da importância de melhorarmos ainda mais a nossa eficiência e queremos estar, hoje e no futuro, à altura das exigências das metas comunitárias”, esclarece.

Quanto ao Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos 2030 (Persu), onde os relatórios anuais estão inseridos, Marcelo Guerreiro garante que as metas são “muito exigentes” e criam, no País e na região, “inúmeros desafios”, porém “a Resialentejo está consciente dessas dificuldades”. “Realço, mais uma vez, a melhoria significativa do nosso desempenho no RARU, em diversos indicadores, e os investimentos que iremos realizar até 2025, que ascendem a 11 milhões de euros. Ambos mostram na perfeição o empenho com que temos vindo a trabalhar, sempre, em colaboração com os municípios, fundamentais no apoio a esta causa e que contribuem para que consigamos melhorar a qualidade do serviço que prestamos às nossas populações, sendo essa a principal preocupação no centro das nossas ações”, conclui.

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