Diário do Alentejo

Agricultores contra cortes de água do Alqueva

02 de novembro 2024 - 08:00
ACOS sugere outra “sensibilidade” para resolver problema
Foto| Ricardo ZambujoFoto| Ricardo Zambujo

A ACOS – Associação de Agricultores do Sul contesta o “corte imediato” de água do Alqueva, decidido pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, a quem exceder os limites anuais de rega. “Estas questões são muito delicadas e têm de ser ponderadas e discutidas com os agricultores”, reclamou Rui Garrido, presidente da associação.

 

Depois do anúncio por parte da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) da intenção de cortar o fornecimento de água aos agricultores que excederem as dotações previstas para o ano agrícola, Rui Garrido manifestou a sua indignação com “este procedimento” e aponta outras soluções para o problema.

E dá o exemplo da Associação de Regantes de Odivelas “onde à partida as dotações são mais elevadas e há outra sensibilidade nos casos de alguém exceder o consumo previsto”, o que pode variar de acordo com as condições climatéricas e o estado dos solos.

Segundo Rui Garrido, Odivelas “é um perímetro gerido pelos agricultores, que, nas suas assembleias, discutem os problemas e veem como enfrentar esta questão”. “É um procedimento diferente de receber uma carta, em que se comunica que já ultrapassou a dotação que estava preestabelecida e que lhe vão cortar a água”, acrescentou.

Segundo noticiou o jornal “Público”, na passada semana, já foram enviados pela EDIA 27 ofícios com aviso de “incumprimento” das dotações de rega estabelecidas, o que tem motivado contestação por parte dos agricultores. Esta situação levou a ACOS a enviar, a 11 de setembro, uma missiva, por correio eletrónico, ao ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, a “discordar de tal procedimento”, depois de o ter feito “pessoalmente”.

O presidente da ACOS disse ainda que, “já no ano passado”, a associação chamou “a atenção” para este mesmo assunto, “mas, pelos vistos, não ganhámos nada, portanto o assunto tem agora de ser falado a outro nível”.

Por se tratar de “um assunto muito sensível, que pode ter repercussões económicas graves e que carece de adequada ponderação, esperamos discuti-lo com o ministro da Agricultura numa próxima reunião que já foi solicitada”, argumentou o presidente da ACOS. “DA” com “LUSA”

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