A requalificação do Itinerário Principal 8 (IP8) entre Santa Margarida do Sado e Ferreira do Alentejo, num investimento de 30,5 milhões de euros, deverá ter início “nos próximos dias”. A obra prevê a beneficiação da via, assim como a construção de uma variante a Figueira dos Cavaleiros.
Texto | Nélia PedrosaFoto | Ricardo Zambujo
A Infraestruturas de Portugal (IP) consignou no final da semana passada a requalificação do Itinerário Principal 8 (IP8) entre Santa Margarida do Sado e Ferreira do Alentejo, num investimento de 30,5 milhões de euros, financiado através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Para o presidente da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, que marcou presença na cerimónia de assinatura do auto de consignação, esta empreitada “tem uma grande importância, na medida em que vai melhorar muito significativamente os acessos a Ferreira do Alentejo e, consequentemente, às localidades adjacentes e ao resto do interior do Baixo Alentejo”.
Em declarações ao “Diário do Alentejo”, Luís Pita Ameixa adianta que a obra “vai desenvolver-se ao longo de cerca de 22 quilómetros” entre Santa Margarida do Sado e Ferreira do Alentejo, traduzindo-se “no melhoramento significativo da via com novos pavimentos, bermas largas e correção das curvas”. Incluirá, ainda, “uma correção na rotunda de saída da autoestrada [A26], em Malhada Velha, porque é um ponto complicado, onde, às vezes, há acidentes”, e “a construção de uma variante a Figueira dos Cavaleiros, cerca de três quilómetros em perfil de autoestrada, para além da requalificação dos atravessamentos de Figueira dos Cavaleiros e de Santa Margarida do Sado”.
“É um dos maiores investimentos que o País está a fazer, financiado pelo PRR”, frisa o autarca, acrescentando que as obras, que têm um prazo de execução de “540 dias, ou seja, ano e meio”, deverão arrancar “nos próximos dias”.
Luís Pita Ameixa lembra, ainda, que a IP procedeu, em agosto, à contratação da empreitada de beneficiação do IP8 entre Ferreira do Alentejo e Beja, numa extensão de 22,5 quilómetros e representando um investimento de 33,6 milhões de euros, também ao abrigo do PRR.
“Não está ainda na mesma fase do que esta [entre Santa Margarida do Sado e Ferreira do Alentejo], está um bocadinho mais atrasado o processo de contratação, o processo burocrático… Há sempre um grau de incerteza [em termos de datas] porque tem de ir ao Tribunal de Contas”.
Para além da reabilitação estrutural da via, como o “Diário do Alentejo” já tinha noticiado, será construída uma variante à localidade de Beringel, com 2,5 quilómetros de extensão.
“Deixar de fazer o atravessamento a Figueira dos Cavaleiros e a Beringel [com a construção das variantes] vai melhorar muito o trânsito, mas também a segurança dessas pessoas. Isso também é muito significativo”, considera o autarca.
Apesar da “grande importância” destas duas obras, o presidente da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo sublinha, uma vez mais, que se trata de um melhoramento da estrada nacional atual, pelo “que fica em falta fazer [concluir] a A26”, com ênfase “na ligação a Sines”. “Achamos que o mais decisivo do ponto de vista do desenvolvimento económico, do ponto de vista estratégico, era uma ligação boa, rápida, capaz, a Sines. Porque Sines é o grande ponto de desenvolvimento económico.
E nós temos aqui uma espécie de barreira que não nos deixa ter um bom acesso a Sines. E, portanto, tenho criticado veementemente o facto de não se apostar nessa ligação”.
Entretanto, em nota de imprensa, Nelson Brito, deputado do PS eleito pelo círculo de Beja, regozija-se com a assinatura do ato de consignação da empreitada de requalificação entre Santa Margarida do Sado e Ferreira do Alentejo e adianta que, “posteriormente, a Infraestruturas de Portugal procederá à assinatura de um ato de consignação para a empreitada de requalificação do corredor entre Ferreira do Alentejo e Beja, cuja obra deverá iniciar-se até final de 2024”.
O também presidente da Federação do Baixo Alentejo do PS sublinha que as duas empreitadas marcam “o culminar de um trabalho invisível que passou pela elaboração de um projeto, o lançamento do seu concurso público e a negociação do envelope financeiro através do PRR realizada pelo Governo do PS” e que são “fundamentais para o Baixo Alentejo, quer ao nível da mobilidade das pessoas, das mercadorias, da economia mas, também, para o aeroporto de Beja”.