Três Perguntas a Álvaro Azedo, presidente da Câmara Municipal de Moura
A propósito da recente distinção “Praia Fluvial Revelação 2024”, na zona sul, da praia do Lago, integrada na Estação Náutica de Moura, o “Diário do Alentejo” conversou com o presidente da Câmara Municipal de Moura, Álvaro Azedo, sobre as condições oferecidas por este equipamento que permitiu este reconhecimento, a importância que esta praia tem revelado, nesta sua primeira época balnear, junto dos mourenses e do público visitante do concelho e o significado desta premiação enquanto responsabilidade futura de uma contínua valorização desde equipamento fluvial.
Texto | José Serrano
Inaugurada em junho, a praia do Lago, integrada na Estação Náutica de Moura – Alqueva, foi distinguida como “Praia Fluvial Revelação 2024” na região sul. Que condições oferecidas por este equipamento permitiram este reconhecimento?
Este reconhecimento vem no decurso do enquadramento que a própria praia do Lago tem. Trata-se de uma praia acessível que, neste momento, está numa fase de consolidação, ao nível das infraestruturas de apoio. A praia, além de ser acessível, com boas condições para as pessoas com mobilidade reduzida, alberga duas piscinas flutuantes, que acrescentam valor ao espaço natural. Está, também, em fase de consolidação, o parque verde da praia e vamos arrancar com as obras no parque de estacionamento. Estamos certos de que este processo contínuo de consolidação da Estação Náutica de Moura se traduzirá num produto turístico e desportivo que será motivo de orgulho para o concelho de Moura, para o distrito de Beja.
Qual a importância que esta praia tem revelado, nesta sua primeira época balnear, junto dos mourenses e do público visitante do concelho?
Este, não se trata de um projeto de uma praia, mas, sim, de uma estação náutica e a compreensão deste investimento vai para lá daquilo que é visível, neste momento. A praia, terminada a época balnear, fica como espaço de apoio às atividades náuticas/desportivas que fazem parte da nossa “agenda náutica”. Mas há projetos que fazem parte deste caminho, como o centro de alto rendimento, processo que estamos a iniciar, que tem, também, como parceiro a EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva. Certamente, no próximo ano, teremos uma maior plenitude do projeto. O importante, aqui, é que temos o caminho bem definido, do ponto de vista recreativo e desportivo, tal como da oferta turística, que temos vindo a consolidar, em todo o concelho.
A esta distinção acresce, de alguma forma, a responsabilidade futura de uma contínua valorização deste equipamento fluvial?
O município de Moura sabe muito bem o caminho, exigente e desafiante, que tem de percorrer. Gostava de realçar as dificuldades que o Plano de Ordenamento de Áreas Protegidas (POAP) criou, neste projeto. O POAP, que continua por rever, não é responsabilidade dos municípios, mas sim da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e os municípios do regolfo de Alqueva têm vindo a “chegar-se à frente”, como parte interessada e da solução. O que é certo é que os municípios são os principais prejudicados, porque têm projetos e investimentos que querem realizar, mas a APA não resolve, continuando, de facto, a “dormir em cima do assunto”. Andamos nisto desde 2017 – é tempo demais para quem quer, acima de tudo, desenvolver os seus territórios. Não há desenvolvimento sem bons planos, sem bons instrumentos de gestão territorial, e o POAP é mais um problema do que um bom instrumento de gestão territorial.