Diário do Alentejo

“O ensino da música é de extrema importância na nossa comunidade”

24 de agosto 2024 - 08:00
Banda Filarmónica de Amareleja é uma das mais antigas do País

 SFUMA, fundada em 1858 em Amareleja, Moura

A banda da Sociedade Filarmónica União Musical Amarelejense (Sfuma) foi fundada por iniciativa de um italiano que, trabalhando em Espanha, começou a frequentar a vila, formando os primeiros músicos. Declarada de utilidade pública em 2017, a Sfuma é uma das instituições congéneres mais antigas do País, não tendo tido qualquer interrupção da sua atividade ao longo da sua história. Atualmente, a filarmónica, dirigida pelo maestro João Defesa, conta com 38 músicos e 26 alunos. O “Diário do Alentejo” falou com o seu presidente, Hugo Fialho.

 

Texto | José Serrano

No âmbito de um festival “duelo” de bandas filarmónicas, organizado pelas empresas Ovação e Palmas e Toiros com Arte, a banda da Sociedade Filarmónica União Musical Amarelejense (Sfuma) apresentou-se ontem, dia 22, na praça de touros do Campo Pequeno, em Lisboa.

 

Qual a importância da Sfuma, ao longo dos seus 166 anos de existência, no âmbito do ensino musical junto dos amarelejenses?O ensino da música é de extrema importância junto da nossa comunidade, uma vez que a vila de Amareleja se encontra numa zona do País, normalmente, mais desprotegida e esquecida. Dar às crianças e jovens amarelejenses a oportunidade de aprenderem música, de forma gratuita, é uma mais-valia e acrescenta mais uma atividade disponível para os jovens, não só da Amareleja, mas, também, das localidades vizinhas.

 

De que forma tem vindo a evoluir a apetência pelo ensino musical, na filarmónica, junto dos mais jovens?A Sfuma tem optado por dinamizar e promover o ensino da música junto das escolas e de outras coletividades. Ter uma escola de música a funcionar de forma permanente é o garante da continuidade da banda. Felizmente, temos sempre alunos a querer frequentar a escola de música da Sfuma, o que faz com que, anualmente, cheguem novos elementos à banda.

 

Pertencer a uma banda filarmónica é algo mais do que aprender a tocar um instrumento musical…É muito mais do que tocar um instrumento. Pertencer à banda da Sfuma é fazer parte de um grupo que assenta em valores e companheirismo. Aos mais novos transmitem-se as diretrizes pelas quais se rege a coletividade, garantindo, sempre, que todos estão alinhados com o respeito e a defesa dos padrões basilares de uma instituição centenária.

 

Considera que as bandas filarmónicas, no Alentejo, recebem o justo reconhecimento, traduzido em ajudas, por parte das câmaras municipais?O concelho de Moura tem quatro bandas filarmónicas. Naturalmente, a câmara municipal está sempre ao lado destas coletividades, dando sempre suporte. Não só financeiro, mas, também noutras vertentes, como apoio logístico. Neste momento, sem o protocolo de apoio ao associativismo que a Sfuma celebra com a Câmara Municipal de Moura, seria praticamente impossível manter a atividade da coletividade e da banda, essa é a realidade.

Que importância tem para a Sfuma apresentar-se na capital e, particularmente, no Campo Pequeno?É importante, a todos os níveis, uma vez que uma apresentação na “catedral do toureio”, para além de dar visibilidade à banda, é, igualmente, um aspeto de motivação extra para os nossos músicos, sendo também um reconhecimento de todo o trabalho que temos vindo a desenvolver na banda e na escola de música. 

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