Diário do Alentejo

Baixo Alentejo integra programa no combate às alterações climáticas

15 de dezembro 2023 - 09:25
Foto| Ricardo ZambujoFoto| Ricardo Zambujo

A Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo é a responsável pela integração da região no projeto “Resist”, financiado pelo programa “Horizonte Europeu”, que visa “tornar as regiões mais resilientes às alterações climáticas” através da “introdução de [novas] tecnologias para o [seu] combate e adaptação”. O Baixo Alentejo, uma das oito regiões geminadas, integra o grupo da Puglia, em Itália, liderado pela Catalunha, em Espanha.

 

Texto Ana Filipa Sousa de Sousa

 

Com um total de 56 parceiros nacionais e internacionais, o projeto “Resist”, integrado num programa-quadro de investigação e inovação da União Europeia para o período de 2021-2027, pretende, em conjunto que quatro regiões líderes – Sudoeste da Finlândia, Dinamarca Central, Catalunha e Centro de Portugal –, desenvolver sistemas tecnológicos replicáveis em oito regiões geminadas que ajudem na prevenção, no combate e nas adaptações a fenómenos naturais resultantes das alterações climáticas, como, por exemplo, inundações, secas, ondas de calor, incêndios florestais e erosão do solo.

A região do Baixo Alentejo, da responsabilidade da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal), pertence ao grupo liderado pela Universidade Politécnica de Catalunha e que, no último consórcio em Ålesund, na Noruega, no início deste mês, apresentou o seu modelo de “sistema de alerta para prevenção de grandes causas provocadas pelas alterações climáticas”, nomeadamente, no seu território, as cheias.

“Eles estão a fazer um sistema que lhes emite um alerta prévio para tentar prevenir as consequências dessas grandes cheias e nós, no Baixo Alentejo, queremos tentar usar esse sistema para as ondas de calor e fogos rurais, [ou seja] um sistema mais localizado”, começa por explicar ao “Diário do Alentejo” Rui Silva, técnico superior de Ambiente e Energia da Cimbal.

Nesta fase inicial, além de procurar novos stakeholders, como associações e agricultores, a Cimbal irá reunir-se com a proteção civil de cada município, para compreender as suas necessidades e particularidades, e com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), uma vez que “este sistema de alerta funciona com dados meteorológicos”, para “perceber até que ponto é que eles nos podem fornecer dados em tempo real”.

Desde janeiro que as diferentes regiões se têm encontrado para “criar sinergias” e dar a conhecer “as ferramentas tecnológicas que os parceiros horizontais estão a desenvolver”, pois, segundo Rui Silva, o grupo de trabalho não está obrigatoriamente fechado às duas principais regiões colaboradoras, como é o caso do Baixo Alentejo, que viu no projeto da extremadura espanhola “uma ligação que podemos vir a explorar” na área dos incêndios.

“Já foram apresentados simuladores com óculos 3D para ver a subida do nível do mar, simuladores para se ter as cidades completamente digitalizadas em 3D e se perceber as zonas vulneráveis para as questões das cheias, dos incêndios e dos calores. Isto ajudará a prevenir, mas também servirá para a própria gestão do território num futuro”, refere.O projeto está previsto ser concluído em dezembro de 2027.

Comentários