Diário do Alentejo

Novas instalações do Cebal só no final de 2024

29 de setembro 2023 - 10:00
Obras atrasadas seis meses
Foto | Ricardo ZambujoFoto | Ricardo Zambujo

As obras de construção do novo edifício do Cebal – Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo, em Beja, só deverão estar concluídas no final de 2024 e não em agosto desse mesmo ano, a data inicialmente avançada aquando do início dos trabalhos, em novembro do ano passado.

 

Texto | Nélia Pedrosa

 

O presidente da direção do Cebal, Rui Marreiros, adianta ao “Diário do Alentejo” que o atraso de cerca de seis meses se deve “a quatro ou cinco meses de paragem” da obra, devido “a um problema inicial que tinha a ver com as características do terreno”. “Houve um erro da parte do projetista quando fez o projeto inicial – e o projetista assumiu isso – e, portanto, foi preciso algum timing para corrigir o projeto e, depois, para encontrar a solução técnica para ultrapassar esse problema, [que passou] pela instalação de uma laje de betão ao longo de todo o terreno para depois implantar o edifício”, explica o também vice-presidente da Câmara Municipal de Beja, adiantando que estão convictos, “sem grande margem de erro”, de que o edifício estará pronto “no final de 2024”.

As novas instalações, que nascerão em terrenos cedidos pela câmara, junto ao Instituto Politécnico de Beja (que cedeu os espaços onde o Cebal desenvolve atualmente a sua atividade), representam um investimento de cerca de 1,8 milhões de euros e permitirão, sublinha Rui Marreiros, que o Cebal consiga “fazer melhor do que aquilo que já faz e abraçar outras áreas, cuja expansão era impossível de conseguir nas atuais instalações, quer pela dimensão, quer pelas características dos equipamentos associados às várias áreas de investigação”. O responsável destaca, ainda, do ponto de vista da localização, “a manutenção da proximidade com o politécnico, que permitirá reforçar a grande relação de parceria existente e fazer utilização partilhada de serviços e espaços comuns como refeitório, bares, salas de reuniões, anfiteatros, entre outros”.

Com uma planta “em forma de ‘L’”, o projeto tem dois setores com características distintas, “um de cariz mais administrativo, com gabinetes dos investigadores, sala de reuniões, secretaria, sala de informática e hall, e outro de vocação mais técnica/experimental, albergando laboratórios e salas técnicas de pesquisa científica, nomeadamente, laboratórios de biologia molecular, biotecnologia alimentar, química analítica e diversos espaços de trabalho climatizado”.

Para Rui Marreiros, as novas instalações representam “um marco decisivo e um momento estratégico” para o Cebal – que está a comemorar o seu 15.º aniversário –, “mas também para o concelho e para a região”. “O Cebal tem tido um percurso de crescimento muito grande e neste momento está a ficar estrangulado em termos da capacidade de investigação e, portanto, era o momento certo, aliás, se tivesse sido há algum tempo atrás tinha sido melhor, mas as circunstâncias também não o permitiram”, reforça o autarca, frisando que o Cebal, “que já é assumido, a nível nacional, mas também lá fora, como um centro de investigação de referência no Alentejo”, mantém uma “grande proximidade” com as empresas e o tecido produtivo, “o que obviamente tem resultados muito positivos”, para além de captar “recursos altamente qualificados para a região”. “Muitos deles acabam por ficar. Infelizmente saem do Cebal, porque fazem o seu percurso, mas são absorvidos pelas empresas da região e isso, obviamente, é um sinal de que está a funcionar”.

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