Três Perguntas a David Simão, presidente do Nerbe/Aebal - Associação Empresaial do Baixo Alentejo e Litoral
Texto José Serrano
Com o apoio do município de Odemira e tendo como sócios fundadores o Nerbe/Aebal – Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral e o NERE – Núcleo Empresarial da Região de Évora, foi recentemente constituído o Neral – Núcleo Empresarial da Região do Alentejo Litoral. Quais as principais necessidades detetadas no território que motivaram a criação deste núcleo empresarial?
Nos núcleos empresariais temos sempre como objetivo ser facilitadores da vida das empresas, promovendo o empreendedorismo, a inovação, a internacionalização e, ao mesmo tempo, a coesão territorial. Por vezes, isso só é possível com a aplicação do princípio da subsidiariedade, aproximando a decisão e a ação dos territórios. O Neral irá dinamizar, no Alentejo Litoral, ações semelhantes às dos seus fundadores, ou seja, apoiar as empresas. Até aqui, em virtude de não existir uma estrutura com capacidade para os dinamizar, aquela região tem sido órfã dos projetos que temos desenvolvido no Baixo Alentejo e Alentejo Central, que têm criado janelas de oportunidades de negócios e crescimento empresarial.
Que objetivos se propõe o Neral atingir, a curto médio/prazo?
Temos o objetivo de atingir os 40 sócios, até ao final do ano, e de inaugurar a nossa sede, que se situará em Odemira. Queremos dar a conhecer esta nova associação e, por isso, iremos reunir-nos com empresas, com todas as associações de produtores, com todos os municípios do Alentejo Litoral, com a Cimal – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral. Iremos, no curto prazo, constituir uma direção representativa de todos os concelhos do Alentejo Litoral, elaborar um plano de atividades para 2024 e integrar a parceria das associações empresariais do Alentejo, no âmbito das candidaturas ao Portugal 2030. É também nossa intenção, até ao final do ano, elaborar um diagnóstico acerca do que mais aflige o tecido empresarial naquela região, que apresentaremos no início do próximo ano. O ano 2024 será um grande desafio para o Neral, pois representará o início da implementação de novos projetos e será o tempo em que esta estrutura terá de demonstrar que é necessária ao território.
Considera que com a criação deste novo núcleo a região Alentejo fica, em termos empresariais, mais forte, com maior poder reivindicativo, junto dos poderes local e central?
Sem dúvida. Só com o território totalmente coberto poderemos, verdadeiramente, ter um único Alentejo, coeso, próspero e forte, para que ninguém se sinta excluído nem marginalizado. Assim, conseguiremos criar massa crítica capaz de ser constatada pelos nossos governantes locais e nacionais, para que possam reconhecer os núcleos empresariais como parceiros interlocutores, com voz e consciência ativa, capazes de priorizar aquilo que são as necessidades do território, aos níveis empresarial, económico e social.