Diário do Alentejo

Beringel homenageia Linda de Suza

08 de julho 2023 - 12:00
Centro cultural da localidade vai passar a ser designado com o nome da artista
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Texto José Serrano

 

Em homenagem à cantora beringelense, o Centro Cultural de Beringel vai passar a denominar-se Centro Cultural Linda de Suza, de acordo com a proposta unanimemente aprovada, no dia 28 de junho, pelos representantes da Assembleia de Freguesia de Beringel.

 

A decisão de prestar este tributo à cantora, que passa ainda pela instalação permanente, naquele espaço, de uma exposição sobre a sua vida, tem como objetivos principais, diz Vítor Besugo, presidente da junta de freguesia de Beringel, “imortalizar Linda de Suza, por tudo o que ela simbolizou para a comunidade emigrante”, bem como “dar a conhecer às novas gerações e a todos os visitantes a sua história e obra”.

 

De acordo com o autarca, a homenageada, falecida no ano passado, aos 74 anos, foi sempre uma embaixadora da sua freguesia natal: “Linda de Suza, uma referência de popularidade em Portugal e França, presença assídua nas televisões dos dois países, apesar de ter saído de Beringel muito cedo, apresentou-se sempre como aqui tendo nascido”.

 

Dessa forma, para “muitos dos beringelenses” que nas décadas de 60 e 70 “atravessaram a fronteira a salto, para fugir das enormes dificuldades económicas vividas em Portugal”, e para muitos outros que permaneceram no País, Linda de Suza constituiu-se “como um exemplo de determinação e conquista”, tendo sido a sua carreira seguida “com muito carinho pelos seus conterrâneos”, diz Vítor Besugo, sublinhando que o nome da artista “está bem vivo na freguesia, onde ainda tem família”.

 

Teolinda Joaquina de Sousa Lança, conhecida por Linda de Suza, nasceu em Beringel, no concelho de Beja, em 22 de Fevereiro de 1948 e emigrou para França em 1970.

 

Estreou-se como cantora no restaurante Chez Loisette, em Saint-Ouen, a norte de Paris, e no início da carreira ficou conhecida pela música “Um português (Mala de Cartão)”, na qual cantou os lamentos da saudade de quem deixou o País.

 

Acabou por se tornar na cantora de referência da comunidade emigrante portuguesa, cantando as suas dificuldades e saudades, em temas como “J’ai deux pays pour un seul coeur” ou “La symphonie du Portugal”. No seu repertório incluiu temas do cancioneiro popular como “Lírio roxo” e “Malhão, Malhão”, e gravou “Coimbra/Avril au Portugal”.

 

A sua história foi adaptada à televisão, em 1988, numa minissérie intitulada “Mala de Cartão”.

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