Três Perguntas a Jorge Farinho, Ana Valente, Lena Sabino, Susana Góis e Paulo Lopes, do Núcleo de Enfermagem de Reabilitação da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba)
Texto José Serrano
O Núcleo de Enfermagem de Reabilitação (NER) da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) iniciou funções no passado mês de fevereiro. Quais os objetivos a que esta equipa se propõe?
Os objetivos do NER são sensibilizar para a mais-valia dos cuidados especializados de enfermagem de reabilitação (ER), na maximização da autonomia e da qualidade de vida do utente/família. Simultaneamente, com funções de consultadoria da Ulsba, no âmbito da política de cuidados de reabilitação, o NER pretende também promover e desenvolver atividades técnico-científicas, principalmente, na área da investigação. Estimularemos a formação da ER em contexto clínico e colaborando em projetos desenvolvidos pela Ulsba.
Quem beneficiará dos préstimos do NER e de que forma os poderá solicitar?
As políticas de saúde estão cada vez mais direcionadas para os cuidados centrados na pessoa, pelo que o foco da nossa intervenção recai claramente sobre o utente/ /cuidador. O regulamento n.º 125/2011, das competências da ER, deixa claro que a sua intervenção é direcionada a pessoas com necessidades especiais, em que o principal enfoque passa por maximizar a funcionalidade, de forma a desenvolver as capacidades da pessoa. Os cuidados de ER não são solicitados, surgem após avaliação da funcionalidade e do diagnóstico – desenvolvidos em contexto hospitalar e nos cuidados de saúde primários –, que determinaram limitações da atividade e incapacidade. Após esta avaliação, são concebidos planos de intervenção, com a implementação de programas de treino motor, respiratório e de atividades de vida diárias, com recurso a ajudas técnicas, visando a adaptação às limitações da mobilidade e à maximização da autonomia e qualidade de vida.
Quais as principais necessidades sentidas pelos enfermeiros de reabilitação da Ulsba e de que poderão ser ultrapassadas?
É essencial que a nossa intervenção produza dados que demostrem resultados sensíveis aos cuidados de ER. Precisamos desenvolver a nossa especialidade em plenitude, com horas afetas aos cuidados de reabilitação, e desenvolver programas passíveis de serem replicados em qualquer contexto clínico. A uniformização e parametrização das intervenções de ER será um trunfo que irá permitir a extração de dados, com vista à produção científica. Outro desafio é a normalização das práticas e procedimentos da ER, através da elaboração de normas, procedimentos e instruções de trabalho. Queremos inovar com a tentativa de implementação de uma consulta de ER. A enfermagem de reabilitação é uma área científica centrada na promoção da máxima funcionalidade das pessoas, ajudando-as a encontrar estratégias alternativas à sua reabilitação.