Três Perguntas a Francisco Palma, Presidente da Associação de Agricultores do Baixo Alentejo (AABA)
Texto José Serrano
A Associação de Agricultores do Baixo Alentejo (AABA) acusa o Governo de querer extinguir o Ministério da Agricultura. Quais as principais razões que conduz a AABA a estas considerações?
Não se trata de uma acusação, mas somente uma constatação de factos e evidências. Nos últimos sete anos, este governo tem vindo a retirar competências do Ministério da Agricultura, como, por exemplo, a gestão das florestas, com a tutela do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas a pertencer ao Ministério do Ambiente. A floresta, tal como a proteção da natureza, faz parte integrante da atividade agrícola. Isto é revelador da incompetência deste governo.
Considera, dessa forma, poder estar pensada, a nível governamental, uma restruturação da gestão do setor agrícola?
Acho que este governo, no que diz respeito a ter uma estratégia para a agricultura, que gere mais de 80 por cento do nosso território, simplesmente não a tem. Porque a agricultura e o interior do País não dão votos. Por isto, o Governo continua a causar danos irreparáveis no setor agrícola, como, por exemplo, as opções políticas na nova reforma da Política Agrícola Comum, que vão contribuir, ainda mais, para o abandono das áreas agrícolas mais pobres.
Pondera a AABA delinear algum tipo de ação, no âmbito da explícita indignação apresentada?
Sim. A AABA está com a Confederação dos Agricultores de Portugal a apoiar todas as manifestações que se venham a realizar, para demonstrar a nossa indignação relativamente à incompetência de quem está a governar a nossa agricultura. Estamos, concretamente, a organizar uma grande manifestação, a realizar-se em Beja no dia 9 de março, que irá juntar agricultores de todo o Alentejo e Algarve.