Diário do Alentejo

Nasceu plataforma cidadã para defender aeroporto internacional de Beja

27 de janeiro 2023 - 09:00
Objetivo imediato é a entrega de um memorando estratégico à Comissão Técnica Independente
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Na sequência do início de trabalhos da Comissão Técnica Independente (CTI) para o estudo da localização do novo aeroporto de Lisboa, nasceu a plataforma cidadã  “Sim ao Aeroporto Internacional de Beja”, que tem como objetivo imediato “elaborar um memorando estratégico a entregar à CTI”, ainda durante o mês de janeiro, e em que Beja aparece como “a solução sustentável e resiliente para responder às necessidades aeroportuárias do País”.

 

Texto Aníbal Fernandes

 

Foi apresentada em Lisboa, no passado dia 27,  na Casa do Alentejo, às 11:30 horas, a plataforma cidadã  “Sim ao Aeroporto Internacional de Beja”, uma iniciativa que surge na sequência da proposta apresentada em 2018 pela Plataforma Alentejo consubstanciada na “Estratégia integrada de acessibilidade sustentável do Alentejo nas ligações nacional e internacional, fundamentais para o desenvolvimento e para a coesão territorial de todo o Alentejo”.

 

O objetivo é “elaborar um memorando estratégico a entregar à CTI, até final do corrente mês de janeiro, “sobre a necessidade de incluir a utilização do Aeroporto Internacional de Beja como a solução sustentável e resiliente para responder às necessidades aeroportuárias do País, o que, no mínimo, permitirá a poupança de centenas de milhões de euros ao erário público e outras vantagens socioeconómicas”.

 

Conforme noticiámos na nossa última edição, a CTI para o estudo da localização do novo aeroporto de Lisboa já está a trabalhar, e a infraestrutura aeroportuária de Beja integra a lista inicial de locais a avaliar.

 

Os autores do manifesto consideram que o Alentejo, apesar da erosão demográfica que resultou da política que “tem inviabilizado modelos de território mais sustentáveis e resilientes”, “dispõe de infraestruturas estruturantes com potencial para desempenhar  funções objetivas de sustentabilidade e resiliência do território nacional, como sejam o complexo portuário de Sines, a barragem do Alqueva, o aeroporto internacional de Beja, a rede ferroviária e rodoviária, o setor agrícola e agro-pecuário e os seus vários polos de ensino e investigação científica”.

 

Acresce, para os promotores da iniciativa, que “o enquadramento transfronteiriço desta atividade no Sudoeste Ibérico, interage numa área geográfica alargada às regiões da Extremadura espanhola e ao Algarve, registando-se que todo o Alentejo é considerado na Europa das Regiões como tipo 1,  sendo  beneficiário de fundos de investimento a fundo perdido”, considerando que esta obra é “fundamental para o desenvolvimento e para a coesão territorial de todo o Alentejo”, e promove e aproveita das “relações com as regiões espanholas da Extremadura e Andaluzia e com a Europa”.

 

Como vantagens competitivas para que o aeroporto de Beja seja considerado, o documento aponta o facto de ser uma infraestrutura “já construída e sem restrições de expansão, preparada para tráfegos aéreos de passageiros e mercadorias, de médio e longo curso, inscrito no Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (Pnpot) publicado pela lei n.º 58/2007 de 4 de setembro, reconhecido pela resolução n.º 89/2022, como um dos quatro ‘aeroportos situados em Portugal continental’ e tem a vantagem de reunir as condições de exploração imediata”; que “possui condições geográficas e capacidade para servir diretamente uma ampla região do Alentejo e Espanha, como complementarmente os aeroportos de Faro e Lisboa”; e a orientação estratégica da União Europeia que determina a substituição dos voos comerciais para distâncias inferiores a 600 quilómetros por soluções ferroviárias de velocidades superiores a 200 quilómetros/hora.

 

PROMOTORES

A plataforma cidadã é constituída por Claudino de Matos, director-geral da ACOS e porta-voz principal da Plataforma Alentejo; João Proença, presidente da Casa do Alentejo e membro da comissão executiva do movimento AMAlentejo; José Queiroz, ex-presidente da Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja; José Soeiro, ex-deputado eleito pelo círculo eleitoral de Beja, e Manuel Valadas, porta-voz do Movimento Melhor Alentejo.

 

Este núcleo inicial – que convida todos os subscritores da Plataforma Alentejo a juntarem-se a eles – conta com o apoio técnico de Carlos Gaivoto, engenheiro mestre em Engenharia de Transportes (IST97/99); Élio Bernardino, engenheiro mestre em Estruturas, especialista em ferrovia (IST);  Jorge Rocha, engenheiro civil, especialista em transportes e avaliações de engenharia; e Manuel Tão, PhD (Leeds Univ.), investigador e professor da Universidade do Algarve.

 

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