Três Perguntas a Rui Marreiros, Presidente da direção do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo (Cebal)
Texto José Serrano
Foram recentemente eleitos, em assembleia geral, os novos órgãos sociais do Cebal, para o triénio 2022/2025. Quais os principais desafios da instituição para os próximos três anos?
Os principais desafios passam por: potenciar o emprego científico, promovendo a fixação de recursos humanos, altamente qualificados - ambicionamos um crescimento de 30 por cento no número de investigadores; reforçar a capacitação territorial em matéria de investigação aplicada, a valorização de recursos genéticos (animais e vegetais) e da biomassa lenhocelulósica e subprodutos agroindustriais; relocalizar nas instalações definitivas do Centro de Valorização e Transferência de Tecnologia, um novo edifício, o que permitirá maximizar a partilha de infraestruturas laboratoriais e usufruir de novas áreas de trabalho. Conseguir novos projetos a diferentes programas de financiamento e estabelecer mais acordos de parceria e potenciação das prestações de serviço, que tem tido um crescimento exponencial, serão, também, vetores fundamentais.
Como classifica a importância da investigação científica,para o desenvolvimento da região?
A importância do conhecimento, associado à inovação, às necessidades de resolução de problemas concretos, de cada empresa e cidadão, melhorando a atratividade dos territórios, são ferramentas essenciais para uma sociedade competitiva, inovadora e sustentável. Embora o binómio ciência e desenvolvimento não tenha o mesmo impacto em todas as regiões do País, o Alentejo tem beneficiado, seguramente, da presença do Cebal e da sua alargada rede colaborativa, promovendo o desenvolvimento da região, impulsionado através da investigação, como opção estratégica fundamental para o estímulo à competitividade e à sua conversão para realidades mais produtivas, mais inovadoras e, consequentemente, mais diferenciadas.
Podemos dizer que há, na região, “um antes” e “um depois” do Cebal, que completa 15 anos em 2023, no que diz respeito aos processos atuais de produção, nomeadamente, agrícola, alicerçados no valor do conhecimento?
Chegados a estes 15 anos, importa refletir acerca do sucesso de uma estratégia de criação e implementação. Capacitado para promover uma resposta multidisciplinar, o Cebal é, hoje, um parceiro de referência em investigação e inovação, na transferência do conhecimento científico e tecnológico, potenciando competências e oportunidades do território na área da biotecnologia agrícola. Dos 40 investigadores que hoje se encontram na instituição, são 17 os alunos de doutoramento, financiados diretamente pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, que se encontram a desenvolver os seus projetos no Cebal, em parceiria com universidades nacionais e internacionais, respondendo a problemas da região. Um outro papel do Cebal tem sido a sua ligação à comunidade educativa, com diversas parcerias em toda a região Alentejo. Foram 15 anos a contribuir para um Alentejo mais inovador e pretendemos que sejam muitos mais ao serviço da investigação de alta qualidade.